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CTT e energia arrastam PSI 20 para terreno negativo

A bolsa portuguesa está a contrariar os ganhos da Europa, que segue animada com o “abrandamento das tensões no Médio Oriente”, indica Paulo Rosa, ‘trader’ da Gobulling – Banco Carregosa
17 Abril 2018, 10h27

A bolsa portuguesa está esta terça-feira, 17 de abril, a negociar  no ‘vermelho’, a meio da manhã, contrariando o sentimento positivo das praças europeias. O principal índice, PSI 20, cai 0,06%, para 5.450,95 pontos, pressionado pelas desvalorizações dos CTT e do setor da energia.

Os CTT são a cotada que mais cai nesta sessão, estando a recuar 2,44% para 2,956 euros. Paulo Rosa, trader da Gobulling – Banco Carregosa, indica que as ações do serviço postal recuaram para mínimos históricos, tendo tocado nos 2,952 euros. A empresa está com uma capitalização bolsista de 442,5 milhões de euros, tendo desde o início do ano acumulado uma desvalorização de 15%.

Na semana passada, o Goldman Sachs e o Barclays reviram em baixa a avaliação das ações dos CTT. O Goldman Sachs cortou a sua avaliação em 4,9% para 3,90 euros, enquanto o Barclays reduziu a sua avaliação em 21% para 3 euros. Para esta quarta-feira está marcada a assembleia-geral anual da empresa, onde os acionistas devem aprovar um dividendo de 38 cêntimos. Paulo Rosa nota que o dividendo que se espera que venha a ser aprovado “é quase o dobro do que deveria ser, tendo em conta os lucros que a empresa teve em 2017”.

“É uma estratégia empresarial pouco recomendável”, defende.

No setor da energia, a Galp perde 0,60%, para 15,615 euros, a REN cai 0,87%, para 2,518 euros, e a EDP Renováveis resvala 0,75%, para 7,950 euros. Paulo Rosa indica que a subsidiária da EDP “está a registar mais-valias, depois de as ações terem atingido máximos de sempre na segunda-feira, dia 9 de abril, ao tocar nos 8,20 euros”.

Em contraciclo, a Mota-Engil lidera os ganhos, ao somar 1,16%, para 3,500 euros. A Pharol acompanha a tendência, estando a subir 1,06%, para 0,191 euros. O trader da Gobulling indica que a empresa está a recuperar das quedas que tem vindo a registar no PSI 20, em sequência da confirmação de que os credores da Oi, da qual a Pharol é a principal acionista, podem ficar com 72,12% do capital da empresa. Quer isto, dizer que os atuais acionistas, como é o caso da Pharol, podem ver as suas posições na empresa serem reduzidas.

Paulo Rosa chama ainda à atenção para a Jerónimo Martins, que ganha 0,45%, para 14,405 euros. A HSBC subiu a recomendação da retalhista, da categoria “reduzir” para “manter”, tendo no entanto mantido o price target da empresa nos 14 euros.

Os analistas do Caixa BI indicam ainda que “o índice de preços no segmento de alimentação registou um crescimento homólogo de 3.7% em março face a 3.4% em fevereiro de 2017. “O índice de preços total registou uma variação em março de -0.1% MoM e de 1.3% YoY, o que compara com -0.2% MoM e 1.4% YoY registado em fevereiro. A inflação core registou um crescimento em março de 0.7% YoY, o que compara com +0.8% registado em fevereiro. Em termos mensais a inflação core registou uma variação nula”, indicam.

Também no setor do retalho, a concorrente Sonae soma 0,73%, para 1,103 euros.

Em terreno positivo estão ainda o BCP (0,28%), a Corticeira Amorim (0,35%), a NOS (0,04%), a Semapa (0,11%), a Sonae Capital (0,41%) e a Navigator (0,51%).

As restantes bolsas europeias negoceiam em alta. O índice alemão DAX soma 0,75%, o espanhol IBEX 35 valoriza 0,39%, o francês CAC 40 sobe 0,37%, o italiano FTSE MIB ganha 0,84%, o holandês AEX aprecia 0,39% e o britânico FTSE 100 segue com uma variação positiva de 0,19%.

“O mercado bolsista europeu segue em alta devido ao abrandamento das tensões no Médio Oriente”, afirma Paulo Rosa. O trader da Gobulling revela ainda que o indicador do sentimento económico ZEW ficou ligeiramente abaixo dos 88 pontos esperados, tendo-se fixado nos 87,9. Em março, o sentimento económico alemão ficou nos 90,7  pontos. Ainda assim, Paulo Rosa indica que os números, “por enquanto, não estão a ter uma grande influência no mercado”.

No mercado petrolífero, o Brent negoceia estável nos  71,42 dólares por barril, e o crude WTI valoriza 0,12%, para 66,30 dólares.

No mercado cambial, o euro valoriza ligeiramente 0,02% face ao dólar, para 1,238 dólares e a libra perde 0,08%, para 1,432 euros.

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