Os títulos dos CTT – Correios de Portugal reagiram em alta na bolsa de Lisboa, na primeira sessão depois de a empresa ter apresentado os resultados dos primeiros nove meses do ano, em que o lucro caiu 49,3%, mas registando um crescimento do EBITDA recorrente no terceiro trimestre.
Cerca das 11h10, os títulos dos CTT seguiam com a terceira maior valorização entre as acções que integram o PSI 20, o principal índice da bolsa portuguesa, ganhando 4,08%, para 3,464. Chegaram a subir 5%, para 3,498 euros.
Na terça-feira, 30 de outubro, os CTT informaram que os seus resultados líquidos consolidados caíram 49,3% nos primeiros nove meses deste ano, face a igual período de 2017, para 9,9 milhões de euros, com a quebra dos serviços financeiros a sobrepor-se ao desempenho positivo dos correios e encomendas.
Esta evolução representa um abrandamento do ritmo de quebra face ao primeiro semestre do ano, quando o lucro da empresa caiu 64,8%, face ao período homólogo, para 6,3 milhões de euros.
Em declarações ao Jornal Económico, o presidente do conselho de administração dos CTT aponta os benefícios do programa de redução de custos – mais centrados na área dos correios – e o crescimento das receitas, apesar do decréscimo, mantendo a tendência, do correio endereçado.
“No Plano de Transformação Operacional atingimos e ultrapassámos o objectivo para o ano inteiro na redução de custos, com 14,2 milhões, quando o objectivo era 13,8 milhões”, afirmou Francisco Lacerda.
“Esta evolução de maiores receitas e redução de custos tem impacto no EBITDA recorrente, que aumentou 22,1% no terceiro trimestre de 2018”, acrescentou.
Em comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT referem que o rendimento dos serviços expresso e de encomendas cresceu 14,7%, para 110,4 milhões de euros, enquanto o rendimento dos serviços de correios aumentou 0,9%, para 396,8 milhões de euros.
No terceiro trimestre, a empresa assinala um efeito positivo no negócio, com um reforço do tráfego proveniente do estrangeiro, que aumentou 22,9% (consequência do comércio eletrónico), e o aumento de 5,8% do correio registado.
“O que assistimos no terceiro trimestre foi a um aprofundar das tendências”, considera Francisco Lacerda.
Em sentido contrário, o rendimento dos serviços financeiros caiu 29%, nos primeiros nove meses deste ano, face a igual período de 2017, para 30,7 milhões de euros.
Os rendimentos operacionais aumentaram 1,3%, para 524,9 milhões de euros.
Os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) caíram 22,7%, para 45,8 milhões de euros, mas a empresa liderada por Francisco Lacerda aponta que o EBITDA recorrente sofreu uma erosão limitada a 4,6%, para 65 milhões de euros.
A diferença entre EBITDA recorrente e reportado deve-se, essencialmente, ao impacto de gastos de 16 milhões de euros com pessoal, na sequência do “programa de otimização de recursos humanos”. Acresce, também, o impacto de 3,4 milhões de euros em FSE.
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