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CTT interessados em distribuir a Amazon em Portugal

A distribuidora está a alterar a sua postura de mercado face à evidência da digitalização da sociedade: em dez anos, o número de cartas distribuídas em Portugal passou de 1,3 mil milhões para 600 milhões.
  • Cristina Bernardo
28 Junho 2018, 13h14

Os CTT – Correios de Portugal estão interessados em passar a distribuir as encomendas da Amazon no mercado português, tal como já distribuem no mercado espanhol. Para já, o interesse não é mais que uma vontade, expressa por Francisco Lacerda, CEO do grupo, durante uma conferência de imprensa realizada no Porto.

As encomendas da gigante das compras online são neste momento distribuídas em Portugal a partir de Espanha, mas, como enfatizou Francisco Lacerda, “é tudo uma questão de concorrência”, nada impedindo que a líder do mercado de distribuição de encomendas em Portugal (com uma quota próxima dos 30%) venha a juntar mais um cliente ao seu portefólio.

O encontro realizado no Porto serviu para os CTT mostrarem um exemplo urbano de substituição de uma loja do grupo por um posto. O posto em referência, o do Campo Alegre, veio substituir a loja que existia a pouco mais de 200 metros e insere-se numa lógica que mantém a necessidade de proximidade mas acrescenta poupança à conta de custos do grupo distribuidor.

Alavancado no facto de o serviço de cartas estar a diminuir cada vez mais – em 2107 os CTT distribuíram 600 milhões de cartas quando há cerca de uma década atrás distribuía mais de 1,3 mil milhões) –, o grupo considerou que este tipo de substituição mantinha o seu objetivo, mas permitia consideráveis poupanças. A poupança nos custos da operação do grupo devem atingir os 13,8 milhões de euros no final do ano.

Para Francisco Lacerda, os serviços prestados – nomeadamente com a substituição de lojas por postos – não só não estão a diminuir, como permitem algumas melhorias, que as notícias sobre fecho de serviços normalmente não divulgam. Assim, e uma vez que estas lojas são alocadas a outros negócios já existentes ou em edifícios públicos (nomeadamente juntas de freguesia), os postos trabalham mais horas que as lojas – de onde resulta um benefício para as populações em redor.

O que está por trás deste ‘encolhimento’ da exposição dos CTT é a digitalização da sociedade em geral – que não vai parar, antes pelo contrário, pelo que, segundo Francisco Lacerda, resta aos CTT atualizarem-se e seguirem a lógica da envolvente. “Sem descurar os serviços”, disse, onde avultam os cerca de 500 mil portugueses que continuam a receber as suas pensões pelos serviços da distribuidora nacional.

O CEO do grupo confirmou que faz parte dos planos uma redução, até 2020, do número de efetivos e cerca de 800 colaboradores, face aos atuais 12 mil, que asseguram o funcionamento de cerca de 2.370 pontos públicos, entre lojas e postos, um pouco acima dos 2,317 que existiam em 2014.

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