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Anacom: CTT responsável por quase 90% das queixas no serviço postal

Pelas contas do regulador, as queixas contra o serviço dos CTT aumentaram 36% em 2018.
13 Fevereiro 2019, 14h10

O maior operador do serviço postal português, os CTT, foi responsável por 20 mil reclamações no setor dos serviços postais em 2018, o que corresponde a 87,4% do total de 23 mil queixas expostas à Autoridade Nacional para as Comunicações (Anacom), segundo comunicado do regulador esta quarta-feira, 13 de fevereiro. Pelas contas do regulador, as queixas contra o serviço dos CTT aumentaram 36% no ano passado.

O número de queixas apresentadas à Anacom, referente ao setor das comunicações, aumentou 3% em 2018, face ao ano anterior, para um total de 104 mil reclamações (81 mil no setor das comunicações eletrónicas e 23 mil no setor postal), sendo o serviço postal o principal acelerador desse crescimento. Este aumento deveu-se ao crescimento de 43% das queixas sobre o setor postal (mais 6,9 mil reclamações, em 2018, do que em 2017), apesar de o setor das comunicações eletrónicas ter diminuido o número de contestações em 4,5% (menos 3,9 mil reclamações).

“Os principais motivos das reclamações foram o atraso na entrega (17%), o extravio/atraso significativo (10%), o atendimento (9%), a falta de tentativa de entrega ao destinatário (8%) e falhas na distribuição (7%)”, sublinhou a Anacom.

Serviço dos CTT mal visto?
O aumento de queixas contra os CTT junto do regulador é mais um acrescento à imagem de um serviço insatisfatório que começa a ficar colado na empresa que é o maior operador do serviço postal português. No início deste ano, a Anacom apontou que, em 2018, os fechos dos balcões dos CTT “levaram a que tenham subido para 33 os concelhos em Portugal que já não têm estações de correios” e que, até 2017, e desde 2013, “apenas existiam dois concelhos sem estações de correios”. O regulador apontava, ainda, que a continuar a política de encerramento de estações de correios, esse número de concelhos sem estações aumentaria para 48.

Ao Jornal Económico, a 22 de janeiro, os correios garantiram que o plano de reorganização do mapa de estações, lojas e pontos CTT estaria completado no primeiro trimestre de 2019, sendo que mais nenhuma estação encerraria.

Facto é, que esse plano de reorganização levou ao aumento de contestação sobre os CTT, uma empresa que era pública tornada privada em 2015, desde clientes, regulador e poder político. No Parlamento, o Bloco de Esquerda chegou a pedir a renacionalização dos CTT. Algo que, já em fevereiro, os advogados da PLMJ consideraram ser de difícil resolução, uma vez que implicaria um decreto-lei com interesse público.

 

 

 

 

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