O Banco de Portugal e o Governo têm feito alertas acerca da utilização do crédito. Caso se evite apenas uma nova situação de sobre-endividamento, já terá valido a pena.

Os bancos estão obrigados a uma melhor gestão de risco e mais capitalizados do que no passado. Mesmo assim, a concorrência e a pressão para gerar retorno pode levar a exageros.

No caso das famílias, o maior risco poderá estar na possibilidade de subida das taxas de juro, com impacto mais relevante nos créditos à habitação. Em 2007, a taxa de juro média desses contratos era ligeiramente acima de 4,5%, encontrando-se agora abaixo de 1,5%. São créditos de longa duração pelo que estão muito mais suscetíveis a uma alteração pronunciada do ciclo de taxas de juro. Os encargos mensais poderão aumentar significativamente.

Os créditos ao consumo têm uma duração mais reduzida, pelo que a principal ameaça são as situações de desemprego ou outra quebra no rendimento. É frequente que os incumprimentos no crédito ao consumo contaminem a capacidade de honrar os compromissos com a habitação, tornando os casos mais graves.