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Da extorsão à sabotagem informática. Ministério Público acusa Rui Pinto de 147 crimes

O MP salienta que Rui Pinto “acedeu, de forma não autorizada e com vista a explorar tais sistemas” a entidades como o Sporting Clube de Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a sociedade de advogados PLMJ, mas também da Procuradoria Geral da República.
19 Setembro 2019, 17h32

O Ministério Público (MP) acusou esta quinta-feira o hacker português Rui Pinto de 147 crimes. No comunicado emitido pela Procuradoria Geral da República (PGR) pode ler-se que o ‘pirata informático’ é acusado de um crime de extorsão na forma tentada 75 crimes de acesso ilegítimo, um crime de sabotagem informática, 70 crimes de violação de correspondência, sendo sete destes agravados.

Também Aníbal Pinto, ex-advogado de Rui Pinto foi acusado de um crime de extorsão na forma tentada. A PGR indica que “a partir do início do ano de 2015 e até 16 de janeiro de 2019, o principal arguido muniu-se de conhecimentos técnicos e de equipamentos adequados que lhe permitiram aceder, de forma não autorizada, a sistemas informáticos e a caixas de correio electrónico de terceiros”.

O Ministério Público acrescenta também que Rui Pinto é o fundador do site “Football Leaks” criado em setembro de 2015 e “cujo conteúdo foi sendo alimentado com recurso a documentos obtidos através da já referida intromissão não autorizada em sistemas informáticos de diversas entidades nacionais e internacionais”.

No mesmo comunicado o MP salienta que Rui Pinto “acedeu, de forma não autorizada e com vista a explorar tais sistemas” a entidades como o Sporting Clube de Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a sociedade de advogados PLMJ, mas também da Procuradoria Geral da República.

Sublinha também o MP que Rui Pinto teve acesso “a computadores de responsáveis da Doyen Sports, tendo depois, e assumindo uma identidade fictícia, entrado em contacto com o representante legal daquele fundo de investimento dizendo que pretendia uma quantia entre 500 mil e um milhão de euros para que toda a informação que tinha na sua posse fosse eliminada de seguida”.

O Ministério Público esclarece ainda que recolheu indícios de que Rui Pinto, para além dos “acessos indevidos às entidades e caixas de correio objeto da acusação, acedeu igualmente a sistemas informáticos e caixas de correio de muitas outras entidades, públicas e privadas”.

A entidade acredita que Rui Pinto deve continuar em prisão preventiva, situação na qual se encontra desde 22 de março de 2019, enquanto Aníbal Pinto se encontra sujeito ao termo de identidade e residência.

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