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Daniel Bessa: “Aumentar o salário mínimo não vai ajudar nada”, a não ser que sejam “mil euros por mês”

“O pior dos momentos para aumentar o salário mínimo é aquele em que o desemprego tende a explodir, porque se o desemprego tende a explodir, e isso é um problema, aumentar o salário mínimo não vai ajudar nada”, disse o ex-ministro da Economia.
17 Setembro 2020, 11h36

Abordando o próximo Orçamento do Estado, o economista e ex-ministro de Economia, Daniel Bessa, explicou que é no próximo orçamento que se vai ver “como é que vamos mitigar a desgraça” criada pela pandemia da Covid-19, sendo que o conceito de aumentar o salário mínimo “tem como ponto de partida uma intervenção política voluntarista”, assumiu em entrevista à “Renascença” e ao “Público”.

“O pior dos momentos para aumentar o salário mínimo é aquele em que o desemprego tende a explodir, porque se o desemprego tende a explodir, e isso é um problema, aumentar o salário mínimo não vai ajudar nada”, apontou o ex-ministro de António Guterres.

“É evidente que o Governo, esta maioria, nos dirá: ‘Durante os últimos anos aumentámos o salário mínimo, as vozes da desgraça diziam que ia haver desemprego e não houve desemprego nenhum’. E têm razão”, adianta, acrescentando que isto se explica pelo facto de que “a economia estava a bombar e, portanto, a economia estava a funcionar razoavelmente, o salário mínimo foi aumentando, as empresas acompanharam e não morreu ninguém”.

Questionado sobre o efeito positivo do aumento salarial no crescimento económico, Daniel Bessa sugeriu “que passem o salário mínimo para mil euros por mês”, mas que o maior problema atual é o consumo, uma vez que “as pessoas mudaram porque estão assustadas e retraíram-se imenso em determinados aspetos”, exemplificando o setor das viagens.

 

 

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