[weglot_switcher]

Danone: caminho para a inovação em Portugal passa pelas causas sociais e sustentabilidade

Depois de ter registado uma quebra de vendas em Portugal, contrariamente ao que se assistiu em outros países, a Danone Portugal avançou com uma nova estratégia de modo a renovar a confiança do consumidor numa altura em que os hábitos alimentares sofreram alterações. “Estamos sempre a pensar no consumidor português”, garante o country manager Ludovic Reysset ao JE.
30 Julho 2020, 18h37

Depois de ter registado uma quebra de vendas em Portugal devido à pandemia, a multinacional alimentar prepara-se agora para analisar os resultados do lançamento da nova gama de iogurtes: Oikos Pastel de Nata, Oikos Bola de Berlim e a gama “Juntos”, todos produzidos em exclusivo para Portugal.

Ao Jornal Económico, o CEO da Danone Portugal, Ludovic Reysset, salienta que a estratégia da empresa passa agora por relembrar aos consumidores do papel do iogurte nos hábitos alimentares dos portugueses e, à semelhança do que acontece em Espanha, tentar inclui-lo à refeição para “uma alimentação variada”.

“Em Portugal, a pandemia impactou negativamente as nossas vendas porque se trata de um mercado onde os iogurtes líquidos e o consumo fora de casa (no lanche a meio da manhã ou da tarde) são muito importantes”, explica, acrescentando que o confinamento alterou significativamente os hábitos de consumo dos portugueses.

“Em relação ao resto do mundo, depende muito de cada país, pois cada mercado é uma realidade distinta e os hábitos dos consumidores são diferentes. Por exemplo, em países como Espanha, onde o principal momento de consumo dos iogurtes é como sobremesa (e não como snack como no nosso caso), o confinamento fez aumentar o consumo”, conta ao JE, o country manager da marca em Portugal que fatura mais de 115 milhões de euros, por ano.

Internamente, a empresa garantiu aos seus funcionários a nível mundial, os seus postos de trabalho e salários durante três meses assim que a pandemia atingiu nível global. Para o CEO da multinacional em Portugal, dar estabilidade aos colaboradores perante o clima de instabilidade económica, para que pudessem ter alguma tranquilidade e focar-se nas suas famílias e trabalho, “foi fundamental”.

Outra importante medida adotada a nível mundial foi a de proteção e apoio a pequenos parceiros de negócio, aos quais a Danone disponibilizou 250 milhões de euros para facilitar a liquidez a curto prazo, através do ajuste das condições de pagamento.

Das causas sociais à sustentabilidade

Mesmo com esta quebra do consumo, Reysset salienta que já se começa a registar uma recuperação perto do consumidor português e que a nova gama de produtos produzidos em exclusivo para o mercado nacional poderá acelerar esse fenómeno.

“Uma adequada estratégia para contrariar o actual contexto não poderia deixar de lado a contínua inovação adaptada ao mercado e consumidor português”, explica. “A Danone, apesar de ser uma empresa global, sempre pensou e continuará a pensar em local. É por isso que continuamos a desenvolver produtos únicos que só poderiam existir em Portugal, como o Oikos Pastel de Nata ou o Oikos Bola de Berlim”.

Porém, o bem de destaque desta entrevista vai para a gama de iogurtes “Juntos” que foi feita a pensar em milhares de famílias carenciadas que atravessam dificuldades em temo de pandemia.

“Produzimos Danone “Juntos” em Portugal, com leite português”, conta o country manager. “E porque hoje vivemos num cenário de verdadeira emergência social, quisemos também ajudar os mais desfavorecidos e aqueles que infelizmente têm dificuldades em fazer uma alimentação variada, equilibrada e de qualidade”.

Para além da mensagem de força, numa altura em que muitos atravessam por fragilidades, por cada pack de Danone “Juntos” adquirido, o consumidor tem a oportunidade de doar um iogurte através da Rede de Emergência Alimentar promovida pelo Banco Alimentar.

Esta campanha vai em linha com a intenção de tornar a empresa não só mais dedicada às causas sociais mas também à sustentabilidade. Por isso, com vista a reduzir a pegada ecológica, a Danone Portugal vai acabar com todas as tampas de plástico nas garrafas dos iogurtes, a partir de agosto.

“Um negócio apenas terá futuro se for sustentável e, mais uma vez, sustentável não apenas do ponto de vista económico mas também do ponto de vista social e ecológico”, explica Reysset. “Este verão, por exemplo, retiraremos as tampas de plástico da generalidade dos nossos iogurtes e leites fermentados líquidos, o que representará menos 200 toneladas de plástico por ano no mercado. Falamos de menos 145 milhões de tampas todos anos”, salienta.

E as novidades não ficam por aqui: nos próximos quatro anos a multinacional ambiciona acabar com o poliestireno nas embalagens e optar pelo PET, “que é um material com uma taxa de reciclabilidade muito mais interessante”.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.