Boris Johnson é conhecido pelo seu cabelo despenteado, algumas gafes, gosto pelos holofotes e frases polémicas. Apesar de ser um político diferente de muitos dos seus pares no Partido Conservador, a verdade é que foi eleito líder dos tories com 66% dos votos, sucedendo a Theresa May como primeiro-ministro do Reino Unido.
Os comentários ofensivos e problemáticos dirigidos às mulheres, muçulmanas, negros e mulheres são apenas alguns dos momentos polémicos no portefólio do novo primeiro-ministro britânico.
Em alguns casos, Jonhson chegou mesmo a pedir desculpa, noutros simplesmente retorquiu: “Podemos passar muito tempo a analisar muitas coisas que escrevi ao longo dos últimos 30 anos … todas as quais, a meu ver, foram retiradas do contexto, mas não importa, temos problemas mais sérios hoje”.
Em agosto de 2018, Boris escreveu uma coluna no Telegraph onde partilhou a sua opinião sobre o uso de burcas e niqabs em espaços públicos, na Dinamarca.
Na crónica escreveu: “Se me disserem que a burca é opressiva, então eu concordo”, começou. “Se acham que é estranho e intimidador que as mulheres cubram os seus rostos, eu concordo totalmente, e acrescento que não encontro nenhuma referência bíblica que defenda essa prática no Alcorão”, argumentou.
“Eu iria mais longe e diria que é absolutamente ridículo que as pessoas optem por se vestirem como caixas de correio”, atacou.
E não ficou por aí. No mesmo texto Jonhson comparou-as a “ladrões de bancos”. “Se uma aluna aparecer na escola ou universidade vestida como um ladrão de um banco, a mesmo se aplica”, rematou.
Durante uma conferência do Partido Conservador, em outubro de 2017, Johnson foi criticado depois de afirmar que Sirte, uma cidade na Líbia, teria um futuro promissor enquanto resort de luxo depois dos investidores “limparem os cadáveres “.
Em 2017, Johnson foi acusado de interferir no julgamento de Nazanin Zaghari-Ratcliffe, que tem cidadania britânica e iraniana e trabalhava numa organização de solidariedade associada à Reuters.
Ratcliffe foi detida, em abril de 2016, enquanto visitava o Irão com a filha, acusada de conspirar contra o Governo iraniano. Aos jornalistas, Boris Johnson comentou “ela está apenas a ensinar as pessoas como fazer jornalismo”. Este comentário acabou por contradizer o depoimento inicial da iraniana apresentada em tribunal que tinha ido de férias.
Poucos dias depois, Nazanin apresentou-se perante um juiz e enfrentou acusações de envolvimento em propaganda contra o regime do Irão.
Durante a campanha eleitoral de 2005, o recém eleito primeiro-ministro fez um apelo ao voto que lhe custou a imagem aos olhos das mulheres.
“Se votarem no Partido Conservador, a vossa mulher vai ter seios maiores e a vossa probabilidade de terem um BMW M3 vai aumentar”, cita o Independent.
Mas esse não foi o único incidente sexista. Para Boris Johnson, a principal razão pela qual as mulheres da Malásia frequentam o ensino superior é, não para aprender e lutar por um melhor futuro profissional, mas sim para encontrarem os seus futuros maridos. “Elas [mulheres] precisam de encontrar homens para casar”, afirmou Johnson durante um Fórum Económico Islâmico.
Recuando até 2008, Johnson foi altamente criticado por publicar um artigo no Spectator em que acusou os negros de terem um nível de inteligência inferior aos dos orientais. “Os orientais … têm cérebros maiores e níveis mais altos de QI. Os negros estão do outro lado”. O antigo presidente da câmara de Londres Ken Livingstone apresentou queixa pouco tempo depois contra Boris acusando-o de racismo.
Mas os próprios conhecimentos de Johnson foram colocados em causa em 2016, quando se referiu ao continente africano como um país. “A esperança média de vida em África aumentou substancialmente à medida que o país entrou no sistema económico global”, anunciou durante uma conferência do Partido Conservador.
Em 2010, Boris Johnson comparou os negros a piccaninnies, uma ofensa racial histórica que se refere a uma criança de pele escura de ascendência africana.
Quando Tony Blair, antigo primeiro ministro de Inglaterra, saiu do país para uma visita ao Congo, Johnson comentou num artigo publicado em 2002 no Telegraph “que alívio que deve ser para Blair sair de Inglaterra. Diz-se que a Rainha começou a gostar de Commonwealth, principalmente porque é recebida com multidões regulares de piccaninnies que agitam bandeiras”.
Johnson foi acusado de ser “inacreditavelmente insensível” depois de ter recitado linhas de um poema de Rudyard Kipling, da era colonial, durante uma visita oficial na Birmânia, país que fez parte do império britânico.
Johnson estava dentro do Shwedagon Pagoda, um dos templos budistas mais sagrados daquele país, quando começou a recitar linhas de “The Road to Mandalay”, incluindo uma que dizia: “Os sinos do templo dizem / Volta soldado inglês”
O embaixador do Reino Unido na Birmânia, Andrew Patrick, foi forçado a impedir Johnson de ler o resto do poema, dizendo que “não era apropriado”.
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