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Davos: a cimeira dos poderosos começa hoje

O Fórum Económico Mundial junta na mesma sala os líderes mais poderosos do planeta. Donald Trump, Theresa May e Emmanuel Macron vão estar presentes. O secretário-geral da ONU, António Guterres, o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, são outras personalidades que se deslocarão a Davos. Aqui estarão também os líderes de grandes empresas e da sociedade civil.
  • Arnd Wiegmann/Reuters
23 Janeiro 2018, 07h00

Participar no Fórum dos poderosos tem um preço elevado. Na edição anterior uma empresa de capital de risco gastou perto de 600 mil euros para “manter os investidores felizes” durante 72 horas, contou a imprensa internacional. O custo pode compensar. Segundo alguns veteranos do Fórum, como o empresário Martin Sorrell (CEO e fundador da WPP, uma multinacional inglesa de publicidade e relações públicas, recordista ao participar em quase 40 edições) ou o milionário indiano Rahul Bajaj, acreditam que esta pequena localidade helvética é o sítio ideal para chegar longe na vida. Entre a lista de conselhos para os participantes encontram-se os seguintes: “Há muitos momentos em que lhe custa a acreditar que conheceu mesmo alguém que sempre quis”. “Não encha a agenda com encontros. Perde a interacção e o ambiente”; “Há clientes, media, empresários e governantes, fechados num único local.”

O Fórum Económico de Davos, que se irá realizar de 23 a 26 de Janeiro, sobre o tema “encontrar caminhos para reafirmar a cooperação internacional na partilha de interesses cruciais” pretende ser uma gigante reunião que junta pensadores e governantes de todas as origens. O ambiente é bastante informal (incluindo no traje) e de grande abertura nos debates quer formais, quer informais. Até existem autocarros próprios para transportar os membros de um lado para o outro. Há muitos apartamentos alugados (e prédios inteiros) por parte das empresas devido à falta de vagas nos hotéis. Por exemplo, diz-se que os banqueiros de investimento são um dos pilares de Davos e personagens fundamentais nas conversações e nos acordos feitos à margem. Mais importante ainda é a oportunidade de promover networking com clientes, líderes empresariais, concorrentes, académicos e representantes governamentais.

Em Davos , uma das mais importantes estâncias de esqui da Suíça, o dia começa cedo. As oito horas da manhã, os líderes de todo o mundo já estão prontos para as conferências, debates e encontros de alto nível. Chegam a ser 100 por dia a nível oficial. Os dias terminam por volta das dez da noite e, mesmo assim, parecem não dar para tudo. Em cada sítio onde se pára há uma experiência nova.

O setor privado estará representado por 1900 líderes e, na edição deste ano, 21% dos participantes são mulheres. “O nosso mundo tornou-se divido ao aumentar a concorrência entre nações e divisões dentro das sociedades. No entanto, a grande escala dos desafios que nosso mundo enfrenta torna a ação concertada, colaborativa e integrada mais essencial do que nunca. A reunião anual pretende superar essas falhas reafirmando os interesses compartilhados entre as nações e o crescimento inclusivo “, disse o professor Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum.

António Costa e Mário Centeno entre os participantes

O primeiro-ministro António Costa já confirmou a presença neste encontro dos poderosos. “Tenho um novo encontro marcado [com o chefe de Estado angolano, João Lourenço] para Davos dentro de duas semanas. Portanto, as relações entre Portugal e Angola vão decorrer com toda a normalidade possível, num contexto em que há um problema”, declarou António Costa, numa alusão ao processo da Justiça portuguesa que envolve o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente. Também o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, e o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, são outras personalidades que vão marcar presença.

Afonso Mendonça Reis, 34 anos, é fundador das Mentes Empreendedoras, Inspira o teu Professor e Professor Universitário na Nova SBE, foi nomeado um Global Shaper em 2012 pelo Fórum Económico Mundial. “Como empreendedor de educação e global shaper do Hub de Lisboa, o encontro anual de Davos é um momento muito estimulante e rico. Antes de mais Davos é sempre uma excelente oportunidade para reencontrar amigos e membros da rede, conhecer tendências e é por isso também um período de reflexão. Um fenómeno que sempre me entusiasma em Davos é a abertura e entusiasmo com que novas ideias são recebidas e as parcerias e sinergias que se criam. Em 2015 fiquei a conhecer o trabalho da Fundação Varkey com quem partilho a missão de reconhecer a importância do papel dos professores na educação e na sociedade. A associação Mentes Empreendedora é a promotora da campanha Inspira o teu Professor, associação da qual faço parte. Por um lado, recebemos contributos muito valiosos sobre como fazer crescer esta campanha e por outro, contribuímos como júri do Global Teacher Prize. Já no espirito de Davos e de sonhar grande, seria fantástico conseguir criar uma edição Portuguesa do Global Teacher Prize. Depois de tantas vitórias recentes como o Europeu de Futebol ou a Eurovisão, porque não encontrar-mos professores Portugueses para vencer o Global Teacher Prize”.

Trump no encerramento de Davos

Já o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, irá discursar no encerramento do Fórum Económico de Davos, na Suíça, na próxima semana, sobre o tema “encontrar caminhos para reafirmar a cooperação internacional na partilha de interesses cruciais”. Nesta conferência Donald Trump vai defender a política económica norte-americana, de acordo com a Casa Branca. É a segunda presença de um Presidente dos Estados Unidos em Davos, depois do democrata Bill Clinton, em 2000. Durante os mandatos de Barack Obama, de 2009 a 2017, os Estados Unidos estiveram representados pelo vice-presidente Joe Biden e pelo secretário de Estado John Kerry.

Dez chefes de estado ou de Governo de África, nove do Médio Oriente e norte da África e seis da América latina estão confirmados, juntando-se aos líderes ocidentais, como o Presidente francês Emmanuel Macron e a primeira-ministra britânica Theresa May. O secretário-geral da ONU, António Guterres, será outro dos nomes presentes. A segurança internacional, o meio ambiente e a economia mundial serão os temas centrais do encontro. Na edição de 2017, uma das figuras em destaque foi o presidente da China, Xi Jinping, que respondeu indirectamente à retórica do, então, presidente eleito dos Estados Unidos. Xi Jinping dirigiu o seu discurso a Donald Trump avisando na altura que não há vencedores numa eventual guerra comercial promovida por Trump. Na intervenção, o presidente da China sustentou que “ninguém emergirá vencedor numa guerra comercial” e, em sentido contrário às indicações que vêm sendo dadas por Trump, Xi Jinping apelou à “cooperação” dos líderes mundiais.

Participantes podem eliminar emissões de três milhões de toneladas de CO2

As instituições que vão estar presentes no Fórum Económico Mundial de Davos podem eliminar três milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono) ao mudar para frotas de automóveis de baixas emissões.

Esta é uma das principais conclusões do primeiro ‘Sustainable Fleet Benchmark’, de periodicidade anual, publicado ontem pela LeasePlan Corporation N.V., líder mundial em gestão de frotas e soluções de mobilidade.

“O novo ‘benchmark’ também sublinha a contribuição significativa que as frotas empresariais podem fazer na luta contra as alterações climáticas e destaca as organizações que já estão a fazer a diferença ao mudar para frotas sustentáveis”, adianta um comunicado da LeasePlan.

Entre os maiores destaques deste estudo, percebe-se que as 1.808 organizações presentes no Encontro Anual do Fórum Económico Mundial em Davos-Klosters têm cerca de 813 mil veículos nas suas frotas emitindo em conjunto aproximadamente 3,09 milhões de toneladas de CO2 por ano.

“As frotas estão gradualmente a mudar para propulsões alternativas, principalmente veículos elétricos de bateria e híbridos ‘plug-in’, à medida que a consciência ambiental aumenta. A proporção de veículos com propulsões alternativas nas frotas empresariais passou de 3,3% em 2015 para 4,3% em 2017”, explica o referido comunicado.
“As empresas presentes em Davos poderiam eliminar três milhões de toneladas de CO2 simplesmente optando por uma frota de baixas emissões – e isso é apenas o começo. O ‘Sustainable Fleet Benchmark’ da LeasePlan mostra como todas as frotas empresariais podem fazer a diferença na luta contra as alterações climáticas”, destaca Tex Gunning, CEO da LeasePlan.

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