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DBRS: “Esforços de Portugal para limitar riscos à estabilidade financeira estão a resultar”

Apesar dos progressos, a agência sublinha que os elevados níveis de endividamento das empresas e de crédito malparado continuam a ser os principais riscos para a estabilidade financeira de Portugal.
3 Junho 2018, 15h00

A agência de notação financeira DBRS elogiou os esforços de Portugal para resolver os problemas da banca e limitar riscos futuros. Numa publicação Illustrative Insights, que não confere uma ação de rating, a DBRS afirma ver favoravelmente os desenvolvimentos do setor no país, destacando as medidas macro-prudenciais adotadas pelo Banco de Portugal.

“Os níveis elevados da endividamento das empresas e os non-performing loans (NPL) têm vindo a diminuir gradualmente. Os NPL empresariais, que representam quase dois terços do total em incumprimento do sistema bancário, registaram a maior redução em 2017″, explica a agência.

A melhoria das condições económicas e os esforços dos bancos para limpar os balanços contribuíram para reduzir o volume de crédito malparado nos bancos portugueses, nos últimos 18 meses, segundo a DBRS.

Elogia ainda as melhorias na posição financeira dos bancos portugueses. Todos, à exceção do Novo Banco, voltaram aos lucros em 2017, “suportados por uma melhoria do desempenho doméstico”. Os bancos portugueses também aproveitaram os aumentos de capital para reforçar os níveis de cobertura de caixa nos empréstimos em atraso. Como resultado, o rácio de NPL cobertos no sistema bancário melhorou para 49,3% no quarto trimestre de 2017, de 45,3% no segundo trimestre de 2016.

“A DBRS considera que outros riscos potenciais para a estabilidade financeira permanecem contidos”, referiu. A agência apontou para as medidas adotadas pelo Banco de Portugal, como os limites recomendados para os rácios loan-to-value (LTV), em resposta à força dos novos empréstimos para habitação, ao crescimento do crédito ao consumidor e à aceleração dos preços das habitações ao longo do ano passado.

Apesar dos progressos, a DBRS considera que “os principais riscos para a estabilidade financeira de Portugal continuam a ser os elevados níveis de endividamento das empresas e de créditos bancários em atraso”.

Assim, considera ser ainda necessário adotar medidas para continuar a reduzir os stocks de malparado para níveis passíveis de serem geridos. “No entanto, com a dívida corporativa e o malprado em queda, a recuperação do setor bancário e as medidas macroprudenciais implementadas, a estabilidade financeira está a melhorar. Na opinião da DBRS, os esforços de Portugal para enfrentar os riscos à estabilidade financeira estão a dar resultados”, acrescentou.

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