A DBRS Morningstar emitiu uma nota onde mantém o rating de emissor de longo prazo do Novo Banco em B (high), que corresponde ao quarto nível de “lixo”, patamar onde o investimento já é considerado especulativo, e mantém também uma perspetiva (outlook) negativa.
A agência de rating confirmou os ratings do Novo Banco, “incluindo o Rating da sua dívida de longo prazo de B (high) e o da dívida de curto prazo em R-4.
Os ratings dos depósitos do Novo Banco foram confirmados em BB (low)/R-4, um degrau (notch) acima do rating do Avaliação Intrínseca (IA-Intrinsic Assessment).
A avaliação intrínseca (IA) do Banco foi mantida em B (high) e a avaliação de suporte permanece inalterada em SA3.
Saliente-se que o IA decorre de uma análise abrangente e multifacetada aos fundamentais do banco, incluindo elementos qualitativos e quantitativos. Essa avaliação leva em consideração o apoio explícito do governo, como programas para reforçar o capital ou a liquidez.
A DBRS diz que o rating dos depósitos levam em conta com o atual quadro legal em vigor em Portugal que oferece total preferência ao depositante em processos de insolvência e resolução de bancos.
Ao mesmo tempo, a tendência dos ratings de longo prazo do Novo Banco permanece ‘negativa’, enquanto a tendência dos ratings de dívida e depósitos de curto prazo é ‘estável’.
As classificações das ‘obrigações críticas’ mantiveram-se em BB (high)/R-3 tendo sido confirmada a tendência estável. Esta classificação aborda o risco de default de obrigações ou exposições específicas que têm maior probabilidade de serem excluídas dum bail-in e permanecerem no banco no caso de resolução, mais do que outras obrigações seniores sem garantia.
A confirmação dos ratings reflete o contínuo progresso do Novo Banco na redução dos seus Non-Performing Loans (NPLs) e outros ativos não core, o suporte de capital adicional esperado através do Contingent Capital Agreement (CCA) do Fundo de Resolução, bem como a marca relativamente estável do Novo Banco como quarto maior banco de empresas em Portugal.
No entanto, as classificações continuam a refletir o elevado stock de ativos problemáticos do banco e sua fraca rentabilidade. Embora melhorando, o rácio bruto de incumprimento do crédito sobre o total da carteira, e que ficou em 8,9% no ano 2020, abaixo dos 11,8% no ano anterior, ainda permanece mais alto do que a média europeia e o grande stock de ativos problemáticos legados continua a ser um obstáculo aos resultados do Novo Banco. Em 2020, o NB registou um prejuízo líquido de 1,3 mil milhões de euros, após um resultado negativo de 1,1 mil milhões em 2019.
A tendência negativa nas classificações de longo prazo do NB leva em consideração os riscos da posição financeira do banco e o seu plano de reestruturação decorrente da contínua perturbação económica causada pela pandemia Covid-19.
Por enquanto, as medidas de apoio a políticas, incluindo moratórias de empréstimos e empréstimos garantidos pelo Estado, ajudaram a mitigar o impacto da crise. No entanto, “em nossa opinião, os riscos para a qualidade dos ativos serão mais pronunciados quando essas medidas forem retiradas.
No ano de 2020, o NB tinha 6,9 mil milhões de euros em empréstimos sob moratória, representando cerca de 27% de sua carteira de empréstimos, e a maior parte irá expirar no terceiro trimestre de 2021.
Além disso, também “consideramos a oscilação dos rácios de capital do Banco em 2020, bem como o aumento da incerteza em torno da injeção de capital prevista no CCA. Isto vem na sequência da decisão do parlamento português de bloquear a inclusão de novos fundos no Orçamento de Estado de 2021”.
O Novo Banco vai pedir 598,3 milhões de euros ao Fundo de Resolução, ao abrigo do Acordo de Capitalização Contingente, depois dos prejuízos de 2020.
Uma elevação do rating é improvável devido à tendência negativa, no entanto, a tendência pode reverter para estável se a incerteza de capital diminuir e se o banco melhorar os seus rácios de capital. Além disso, o Novo Banco precisará de demonstrar sua capacidade de regresso aos lucros.
O rating pode cair se surgir uma deterioração na posição de capital do banco ou uma deterioração adicional na qualidade dos ativos.
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