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De abril a novembro: a cronologia da ligação de Bruno de Carvalho ao ataque de Alcochete

Tudo terá começado a 7 de abril com o encontro de Bruno de Carvalho com os núcleos da JuveLeo onde foi proposto que fosse dado um “apertão” aos jogadores após a derrota em Madrid.
  • Cristina Bernardo
12 Novembro 2018, 17h40

A 7 de abril, Bruno de Carvalho reuniu, de acordo com relato publicado hoje pelo Jornal Económico, com os núcleos da Juventude Leonina após a derrota do Sporting com o Atlético de Madrid por 2-0.No encontro, as claques reclamaram uma festa de homenagem a Fernando Mendes (ex-líder da Juve Leo), que voltou a ser recusada por Bruno de Carvalho. O ambiente azedou e subiu de tom quando confrontaram o presidente do clube com a derrota no jogo dos quartos-de-final da Liga Europa, tendo os líderes da Juve Leo lançado repto: “Presidente, temos de lá ir dar-lhes um apertão”. Bruno de Carvalho respondeu: “Não. Não. Temos de lá ir falar todos”.

A 19 de maio, quatro dias após as agressões na Academia, Bruno de Carvalho garantiu que a SAD do clube não deu autorização a ninguém para entrar na Academia de Alcochete. “Não foi a SAD que deu autorização para alguém entrar. Lamento que com o apoio da bem montada teia cartilheira do Benfica se diga que sou culpado moral. Os atletas são a minha família, posso criticar ou dar os parabéns, mas eles são a minha família e jamais em tempo algum deixaria que fizessem mal à minha família”, disse o ainda presidente do Sporting na altura.

A 14 de agosto, e com o Sporting já em campanha para eleger novos órgãos sociais, o Correio da Manhã avança que os jogadores do Sporting Clube Portugal Battaglia e Mathieu foram formalmente inquiridos e terão apontado o dedo ao ex-presidente Bruno de Carvalho no episódio de 15 de maio, na Academia de Alcochete. Os jogadores foram ouvidos nos últimos e dias e terão recordado que Bruno de Carvalho teria uma relação muito próxima com os lideres da claque Juventude Leonina (Juve Leo). Para exemplificar essa relação de promiscuidade, de acordo com o jornal, o jogador Rodrigo Battaglia lembrou quando, após a derrota dos ‘leões’ com o Atlético de Madrid, William de Carvalho confrontou Bruno de Carvalho com ameaças feitas pelos membros da Juve Leo. O ex-presidente do clube negou ter qualquer relação com as ameaças da claque mais mediática do clube e, para o confirmar, ligou ao líder da organização, de alcunha Mustafá. O atleta argentino diz ter estranhado essa chamada. Bruno de Carvalho terá perguntado a Mustafá se tinha dado ordens para bater nos jogadores, o que o chefe da claque desmentiu.

A 11 de outubro, Bruno de Carvalho apresentou-se esta quinta-feira voluntariamente no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) para prestar declarações sobre a invasão à Academia do clube. Esta iniciativa de Bruno de Carvalho ocorreu um dia depois de o funcionário do Sporting Bruno Jacinto ter sido ouvido em primeiro inquérito judicial, no âmbito do mesmo processo, e ter ficado em prisão preventiva. Detido nessa semana, Bruno Jacinto, que na altura das ocorrências era oficial de ligação aos adeptos, está indiciado, entre outros, pela prática, em coautoria, de mais de 20 crimes de ameaça agravada, 12 crimes de ofensa à integridade, 20 crimes de sequestro e um crime de terrorismo.

Um mês depois, a 11 de novembro, Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting Clube de Portugal, e o líder da claque Juventude Leonina (Juve Leo), Nuno Mendes “Mustafá” foram detidos e serão ouvidos amanhã (terça-feira) pelo Juiz de Instrução Criminal, no Tribunal do Barreiro, na sequência do caso das agressões a atletas do clube de Alvalade, na academia de Alcochete, em maio, onde poderão receber ordem de prisão preventiva por crimes como terrorismo, sequestro e ofensas à integridade física qualificadas. De acordo com os jornais “Correio da Manhã” e “Jornal de Notícias” (JN) desta segunda-feira,  o Ministério Público tem na sua posse testemunhos e mensagens de WhatsApp que ligam diretamente Bruno de Carvalho e “Mustafá” ao sucedido no dia 15 de maio. Bruno de Carvalho terá sido o autor moral e Mustafá terá ajudado ao sucedido.

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