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“De nada serve uma tecnológica fixar quotas de consultoras femininas se depois não existem no mercado”

José Leal e Silva, diretor executivo da Bee Engineering, disse ao Jornal Económico que a consultora tecnológica francesa, presente em Portugal desde 2013, prepara-se para integrar até 10 recém-licenciados na empresa.
31 Janeiro 2019, 07h35

A consultora tecnológica Bee Engineering está pronta para receber uma dezena de recém-formados (licenciatura e/ou mestrado) em Engenharia Informática e Sistemas de Informação, que terão um contrato inicial de estágio e, mais tarde, integrarão a empresa. Presente em Portugal desde 2010, esta empresa francesa de Tecnologias de Informação (TI) está a escolher os candidatos para uma das várias academias interna que irão realizar-se ao longo deste ano.

O processo passa por três a quatro meses no escritório a trabalhar em programação e desenvolvimento de software, depois, em projetos particulares de clientes. Os novos colaboradores – a quem são exigidos conhecimento inerentes à área (HTML, etc.) e motivação – vão ter o apoio da equipa de Investigação & Desenvolvimento (I&D) para conseguir operar com tecnologias como machine learning e inteligência artificial.

Ao Jornal Económico, o diretor executivo da Bee Engineering, defendeu que essa experiência diferenciada (no escritório da empresa e no do cliente) tem como objetivo “colmatar a diferença entre trabalhar em tecnologia «crista da onda», que ainda não está a ser muito usada, e conviver o que é utilizado no mercado”. “É normal que os clientes de uma empresa de tecnologia não adotem logo as novas trends de mercado, até por uma questão de precaução: pode ter ou não futuro, ser ou não adequado… Os early adopters são empresas que trabalham puramente em tecnologia. O restante mercado mercado é cauteloso”, afirmou José Leal e Silva.

De malas e bagagens para a nova sede em Lisboa

Recentemente, esta empresa do grupo HIQ Consulting fez as malas e fechou as portas do espaço na Avenida Barbosa du Bocage, em Lisboa, para se fixar na Avenida José Malhoa, numa nova sede com 650 metros quadrados. A necessidade de expansão física adveio de haver novas unidades e departamentos, pelo que agora existem mais salas para áreas específicas (GameLAB, para técnicas de gamificação, nearshore, para comércio internacional e serviços externos), para formação, reuniões e entrevistas e até um “Fun Center” [“Centro de Diversão”].

“Antes só recebíamos no máximo quatro ou cinco pessoas. Com a área de I&D mais fixa e com mais responsáveis afetos à mesma, acaba por haver capacidade para produzir outro tipo de projetos”, acrescentou José Leal e Silva, em declarações ao jornal.

Na sua opinião, pelo menos, na última década, tem-se assistido a uma transformação muito grande no setor da tecnologia, com cada vez mais mulheres interessadas nos cursos tecnológicos e empregadas em organizações do setor. “Porque as funções expandiram-se. Antes tecnologia era programar software. Hoje há muito trabalho além disso: análise, desenvolvimento de plataformas…”, justifica, recusando a implementação de quotas. “Não é necessário. Tem a ver com o mercado. De nada serve uma empresa fixar uma quota de 20% de consultoras femininas se depois não existem no mercado”, refere.

Apesar de o relatório e contas da empresa de TI, referente a 2018, só estar finalizado em março, o CEO estima um crescimento de cerca de 30% em termos homólogos. No ano anterior, a faturação da Bee Engineering em Portugal foi de 3,8 milhões de euros. No roadmap está a expansão do negócio para a Holanda, onde estão presentes com escritório, e para o Reino Unido.

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