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De Reinhart-Rogoff a Nakamoto. Quem poderá ganhar o Nobel da Economia 2021?

A Clarivate Analytics elogia o trabalho de cinco economistas, dando o prémio como certo a um deles, ainda que Reinhart-Rogoff leve uma clara vantagem devido ao estudo sobre dívida em 2010. As redes sociais pedem a vitória de Satoshi Nakamoto, criador(a) da Bitcoin. Quem irá ser o laureado de 2021?
11 Outubro 2021, 08h05

O último prémio Nobel a ser conhecido é o de Economia, esta segunda-feira, embora a lista de candidatos não seja pública e os nomeados apenas sejam revelados após a passagem de 50 anos.

Embora o vencedor seja considerado um laureado, esta distinção não foi criada pelo próprio Alfred Nobel. Foi o banco central da Suécia que decidiu criar este prémio para ajudar a distinguir pessoas que desenvolveram estudos importantes na área da economia. Assim, este prémio chama-se Banco da Suécia de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel.

Numa espécie de apostas sobre nomeados ao galardão, o Web Science Group da Clarivate Analytics já destacou cinco autores de estudos mais citados no sector da Economia. Audretsch, Teece, Mokyr, Reinhart, Rogoff são os nomes avançados pela plataforma, embora as redes sociais tenham outros nomes presentes.

A Clarivate identificou mais de 300 pessoas que poderiam ganhar os prémios Nobel nas mais diversas categorias desde 2002, sendo que 59 nomeados pela empresa de análise receberam um prémio

David B. Audretsch é um professor distinguido e ensina na Escola de Assuntos Públicos e Ambientais na Universidade do Indiana, nos Estados Unidos. David J. Teece é um professor de Negócios Globais e é ainda o diretor do Centro Tusher para a Gestão de Capital Intelectual na Escola de Negócios Walter A. Hass da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Estes dois economistas e autores de estudos na área focam-se sobretudo em investigações consideradas pioneiras sobre empreendedorismo, inovação e competição.

O norte-americano Joel Mokyr é também um dos nomes apontados ao prémio pela Clarivate. Mokyr é professor de economia na Universidade do Northwestern e os seus estudos de investigação concentram-se na história e cultura do progresso tecnológico e as suas consequências económicas, focando-se ainda na história económica europeia.

Até aqui, estes podem ter sido os nomes mais desconhecidos mas seguem-lhes dois dos mais conhecidos no meio do conhecimento económico: Carmen M. Reinhart e Kenneth Rogoff. Reinhart é uma reconhecida professora do Sistema Internacional Financeiro na Harvard Kennedy School e também é a economista-chefe do Banco Mundial desde junho de 2020.

Kenneth S. Rogoff é professor de Economia e Políticas Públicas na Universidade de Harvard, tendo sido economista-chefe no Fundo Monetário Internacional entre 2001 e 2003.

Apesar de Reinhart e Rogoff estarem a concorrer para o mesmo prémio, os economistas escreveram em conjunto o estudo “Crescer em Tempos de Dívida” em 2010, tendo sido publicada pela American Economic Review no mesmo ano.

Vários políticos, comentadores televisivos e ativistas citaram o documento em debates relativamente à eficácia da austeridade na política fiscal para economias com dívidas. De relembrar que a escrita do estudo em 2010 surge no rescaldo da crise financeira de 2007/2008.

No entanto, e apesar destes serem nomes amplamente elogiados no meio, as redes sociais têm outras ideias sobre os nomeados. Entre as especulações dos utilizadores surgiu o nome de Daron Acemoğlu, um professor no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e um dos autores de “Porque Falham as Nações”, amplamente elogiado e referenciado no ano passado.

Outro potencial nomeado para as redes sociais é Satoshi Nakamoto, um desconhecido e pseudónimo usado pelo fundador da Bitcoin. “O prémio Nobel de Economia deve ir para Satoshi Nakamoto. Não interessa nós não sabermos quem é”, escreve um utilizador no Twitter.

Embora o nome esteja em circulação, e muitos considerem a Bitcoin como uma “das maiores inovações na história da humanidade”, o mercado das criptomoedas tem estado sob um enorme escrutínio por parte dos bancos centrais. Nakamoto foi também o primeiro a desenvolver o primeiro banco de dados de blockchain.

Outro utilizador no Twitter escreve que o prémio deve ainda ser entregue a Jerome Powell pelo seu trabalho em “tornar a recessão de 2020 na mais curta da história”. Este utilizador em específico é professor assistente na Universidade de Arkansas Central e embora não se saiba se está a ironizar, o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos tem sido uma figura da economia norte-americana desde o início da pandemia. De relembrar que os Estados Unidos estiveram em recessão durante dois meses – março e abril -, sendo a mais curta desde 1945, mas registou o maior colapso do PIB.

O vencedor (ou vencedores, visto que quatro categorias tiveram dois ou mais laureados) será anunciado esta segunda-feira e irá ser o sucessor de Paul Milgrom e de Robert Wilson, que ganharam o prémio no ano passado pelo estudo sobre teoria dos leilões e intervenção de novos formatos de leilões.

Em 2019 o prémio tinha sido atribuído ao indiano Abhijit Banerjee, à francesa Esther Duflo e ao norte-americano Michael Kremer, anunciou “pela abordagem experimental para aliviar a pobreza mundial”. Em 2018, o prémio tinha sido entregue aos economistas William D. Nordhaus e Paul M. Romer, premiando-os pelo trabalho desenvolvido na integração das novas tecnologias na análise da economia e pelo estudo do impacto que as alterações climáticas têm na economia mundial.

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