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Declínio do euro é sintoma das falhas da União Monetária, diz Draghi

Num discurso no Parlamento Europeu, o presidente do BCE considerou que “as preocupações sobre a resiliência da arquitetura da UEM e a fragmentação financeira sustentaram essa erosão” do euro.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
28 Janeiro 2019, 14h54

O papel internacional do euro tem vindo a perder terreno nos mercados das reservas externas e da dívida global depois da crise económica, o que é sintoma das “falhas” na União Económica e Monetária (UEM), considerou o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, esta segunda-feira.

Num discurso no Comité dos Assuntos Económicos e Monetários, no Parlamento Europeu, Draghi realçou que ainda que a importância do euro como moeda de fatura nas transacções comerciais internacionais tenha permanecido globalmente estável, “o seu papel nos mercados globais de reservas externas e de dívida global diminuiu”.

“Desde as crises financeiras globais e da dívida da área do euro, o papel internacional do euro parece ter-se desgastado gradualmente”, referiu. “Esse declínio é um sintoma das linhas de falhas na EMU expostas pela crise. As preocupações sobre a resiliência da arquitetura da UEM e a fragmentação financeira sustentaram essa erosão”.

O italiano explicou que a estabilidade, profundidade financeira e liquidez estão entre os principais determinantes de uma moeda internacional, reconhecendo que as autoridades europeias estão, no entanto, nos últimos meses a mostrar maior empenho para que a moeda europeia tenha “um papel internacional mais forte”.

“O papel internacional do euro é apoiado pela procura de políticas económicas sólidas na área do euro e por uma UEM mais profunda e mais completa. E isso requer mais esforços ao longo do caminho da integração mais profunda”, acrescentou.

Draghi defendeu ainda a necessidade de desenvolver sinergias entre a UEM e o mercado único, dotando-o de ferramentas tais como um “uma união de mercados de capital que “não só facilitaria e diversificaria o acesso a fundos para famílias e empresas, como iria promover o investimento e a inovação”. O líder do BCE sublinhou também a necessidade de completar a união bancária, como o intuito de diminuir os riscos.

 

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