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Deco pede à ASAE para retirar incensos do mercado devido a químicos perigosos

Acetaldeído, acetona, acroleína, benzeno, etilbenzeno, formaldeído, monóxido de carbono, naftaleno: é este o “cocktail de substâncias altamente perigosas” detetado pela Deco no teste realizado a seis incensos.
  • Stéfano Girardelli on Unsplash
23 Janeiro 2020, 07h54

A Deco Proteste pediu à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) para retirar do mercado diversos incensos devidos aos químicos perigosos que contêm.

Os incensos “devem ser retirados do mercado – já apresentámos este pedido à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Demos, igualmente, conhecimento à Direção-Geral da Saúde (DGS)”, segundo um comunicado divulgado hoje pela associação.

A Deco diz que nada mudou em sete anos, quando foram realizados os primeiros testes a incensos e velas aromáticas.

“As conclusões relativamente aos incensos continuam a ser assustadoras – são uma mescla de substâncias irritantes para olhos, nariz e vias respiratórias; algumas são reconhecidamente carcinogénicas e outras, pelo menos, suspeitas, conclui a associação.

Que químicos perigosos são estes? “Acetaldeído, acetona, acroleína, benzeno, etilbenzeno, formaldeído, monóxido de carbono, naftaleno e outros compostos orgânicos voláteis, eis o cocktail de substâncias altamente perigosas que detetámos na queima de todos os incensos que analisámos”.

Pior, alguns incensos e velas testadas pela Deco “apresentam alegações convidativas relacionadas com bem-estar e, até mesmo, purificação do ar, que enganam os consumidores e potenciam a exposição aos seus efeitos negativos”.

“É comum encontrarmos nas embalagens as palavras: “natural”, “purificante”, “seguro” “energia positiva” – que, de um ponto de vista da segurança dos consumidores e da obrigação da prestação de uma informação verdadeira e comprovável, são absolutamente inadmissíveis”, afirma a Deco.

Dos seis incensos testados, comprados em lojas de rua e centros comerciais, a Deco realizou testes em “laboratório acreditado”. Conclusão: “Todos falharam na avaliação da presença de contaminantes químicos. Todos são comprovadamente perigosos para a saúde dos consumidores a curto (e.g., irritações) e a médio e longo prazos (e.g., variando com os períodos de exposição, patologias respiratórias crónicas, doença oncológica).”

A acrescentar está também a “rotulagem insuficiente, com alegações falsas, impressa de forma ilegível e que, verdadeiramente, só contribui para o quadro grave que encontrámos”.

Assim, a Deco diz estes são “produtos comprovadamente perigosos, que são poluentes do ar interior, e cuja utilização deve ser, no mínimo, fortemente desaconselhada”.

Além da ASAE e da DGS, a Deco também já alertou os grupos parlamentares para esta questão, destacando que a Comissão Internacional de Normalização já produziu normas para estes produtos, mas que ainda carecem da “regulamentação necessária de modo a que tenham força de lei”.

 

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