2018 foi o ano em que a Esquerda (das esquerdas), estando as eleições já ao virar da esquina, decidiu contestar nas ruas, nos hospitais, nas escolas, onde fosse necessário, as consequências do  Orçamento que aprovaram na Assembleia da República;

2018 foi o ano em que se roubaram armas de um quartel (Tancos) e duas polícias, uma militar e outra – a GNR, decidiram negociar com os ladrões sob os auspícios de silêncios superiores. O ministro Azeredo Lopes não resistiu, outros terão escapado;

2018 foi o ano em que ruiu uma estrada, no Alentejo, matando cinco pessoas e provando que o Estado, de uma forma geral, não funciona sem o estimulante empurrão de uma tragédia, como já tinha acontecido com os incêndios;

2018 foi o ano em que Ricardo Robles, um dirigente do Bloco de Esquerda, agora ex, resolveu ensinar como se deve fazer especulação imobiliária ‘a sério’ – e, assim, alargar o potencial de saque que anima a ação das camaradas Mortágua;

2018 foi o ano em que o Parlamento se descobriu como uma casa de gente com imaginação suficiente para compor o ordenado insuficiente. Só o excesso de pudor terá impedido reivindicar a habitual legitimidade recebida através do voto;

2018 foi o ano em que José Silvano (secretário-geral do PSD) teve a ousadia, depois “daquilo” tudo que se sabe, de dar uma aula sobre ética na vida pública. Homem de coragem! E Carlos César (presidente do PS) descobriu uma companhia à altura;

2018 foi o ano em que Rui Rio afrontou os interesses amuralhados no PSD com o mesmo peito aberto com que António José Seguro, outrora, desafiou as capelas do PS. Provavelmente, daqui a poucochinho, terá um fim semelhante;

2018 foi o ano em que ‘o Povo’ queria Joana Marques Vidal na PGR e o governo, que é quem mais ordena, não lhe fez a vontade. Uma conjugação frentista de Esquerda, Direita e Presidente da República colocou o dito Povo no seu devido lugar;

2018 foi o ano em que um político jovem e desconhecido chamado Santana Lopes se apresentou com um novo partido para cavalgar importantes mudanças. Como se vê no ataque ao PAN, política em Portugal só se deve fazer com o ‘pêlo do cão’;

2018 foi o ano em que Duarte Lima e Armando Vara esgotaram todos os recursos num regime construído à medida de quem verdadeiramente precisa. De injustiça em injustiça, foram até ao Constitucional, perdendo sempre. Resta-lhes o martírio, guardando o dinheiro;

2018 foi um ano que teve coisas boas, como referiu o primeiro-ministro na sua alocução natalícia. Se Montenegro disse um dia que os portugueses estavam pior mas o País estava melhor, António Costa diz agora que o País talvez não esteja mesmo bem mas os portugueses estão melhor;

2018 foi um ano em que, no Sporting, Bruno de Carvalho passou por suspeito de mandar bater nos seus, quando o normal no futebol sempre terá sido mandar bater nos outros. Por força disso, perdeu o emprego e vai ter de voltar a trabalhar;

2018 foi o ano em que os cérebros internacionalistas da Pátria se esmeraram em cruzadas contra alguns dos males que esperam a Humanidade. E esta, vulgar e entorpecida, seguiu o seu caminho elegendo líderes piores do que os nossos. Mal agradecida!