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Depois da “segunda-feira negra”, o que podemos esperar dos mercados?

As perdas em Wall Street totalizaram quase 7% do PIB dos Estados Unidos e estão a arrastar os restantes mercados para o ‘vermelho’, mas os investidores garantem que este não é o início de um ciclo mais prolongado de desvalorizações.
  • Alex Domanski/Reuters
6 Fevereiro 2018, 11h13

A bolsa portuguesa e as congéneres europeias estão esta terça-feira em tendência negativa, depois de o índice bolsista norte-americano Dow Jones ter fechado a última sessão com uma queda de 4,6%, a mais violenta desde 2011. As perdas em Wall Street totalizaram quase 7% do PIB dos Estados Unidos e estão a arrastar os restantes mercados para o “vermelho”, mas os investidores garantem que este não é o início de um ciclo mais prolongado de desvalorizações.

Paulo Rosa, trader da Gobulling – Banco da Carregosa, acredita que as desvalorizações desta segunda-feira na bolsa norte-americana se terão tratado apenas de um panic sale. “É importante notar que não foi uma queda generalizada. As obrigação subiram bastante, o que indicia uma ‘fuga para a qualidade’ (flight to quality)”.

O trader da Gobulling explica que “quando há de facto um um ciclo de correções mais prolongadas bear market, todo o tipo de ativos cai, o que não está a verificar, com a subida das obrigações”. As yields das obrigações soberanas alemãs estão a cair 5%, levando os principais índices europeus a aliviar dos mínimos de sessão. “Estas correções de Wall Street podem ser uma janela de oportunidade para novas compras”, indica Paulo Rosa.

Também Steven Santos, analista do BiG, acredita que estamos apenas diante de uma correção dos índices. “É precoce pensar que estamos diante de uma mega reversão da tendência dos títulos, até porque não há sinais macroeconómicos que apontem nesse sentido”, afirma.

O analista do BiG explica que “esta desvalorização do mercado foi exacerbada pelo facto de haver vários traders que estavam a realizar operações de aumento de ganhos de várias empresas com alavancagem”. “A gestão de risco foi descuidada e levou a perdas mais notórias”, salienta Steven Santos.

Carla Santos, gestora da corretora XTB, indica que “o mercado acionista de norte a sul do globo segue a desvalorizar e o PSI20 acompanha a tendência”. “Para além das yields estarem numa tendência de subida e o mercado estar de olhos postos na inflação dos Estados Unidos, que teima em não acompanhar a boa prestação do mercado laboral, assistimos realmente a um aumento da volatilidade no mercado bolsista”, nota.

A queda vertiginosa do índice Dow Jones esta segunda-feira fica para a histórica com a “segunda-feira negra”. O índice Dow Jones encerrou a perder 4,6%, depois de ter caído mais de 7% durante sessão, motivado pelo nervosismo dos investidores em relação a um possível aumento das taxas de juro nos Estados Unidos.

Os índices asiáticos foram os primeiros a ser contagiados pela queda história em Wall Street. O índice Nikkei terminou sessão a cair 4,73% para 21.610,24 pontos, sendo este o maior recuo desde a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, no início de novembro de 2016. O índice Topix, que agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas, perdeu também 4,40%.

Também as praças europeias arrancaram a sessão com fortes valorizações. O Stoxx 600, índice de referência no mercado europeu registou a maior queda desde junho de 2016, logo ao início da manhã. As praças europeias continuam a desvalorizar.

O índice alemão DAX perde 1,80%, o francês CAC 40 recua 1,82%, o espanhol IBEX 35 desvaloriza 2,15%, o holandês AEX resvala 2,23%, o italiano FTSE MIB subtrai 1,66% e o britânico FTSE 100 cai 1,69%. A cair desde 26 de janeiro, o índice português está agora a perder 1,35% para 5.332,46 pontos.

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