A derrota em Salónica, frente ao PAOK, poderá ter um impacto muito significativo nas contas dos ‘encarnados’. O impacto na receita esperada de 140 milhões de euros poderá ascender aos 49 milhões de euros, significando uma “perda estimada de 35% da receita anual operacional”, segundo Luis Vilar, diretor da Faculdade de Ciências da Saúde e do Desporto da Universidade Europeia.
Qual o impacto da saída precoce da Liga dos Campeões para o SL Benfica?
Se tivermos por base as contas do ano passado, a não entrada na liga dos campeões terá um impacto negativo de 49M€ na receita esperada de 140M€, ou seja, os 90 minutos de Salónica podem ter implicado uma perda estimada de 35% da receita anual operacional.
Perante esta situação, o SL Benfica tem de vender jogadores?
A urgência em vender pode estar relacionada com dois aspectos: 1. Decréscimo dos custos fixos relativos à folha salarial, e 2. Pressão para equilíbrio do saldo de transferências. Ambas as premissas têm por base recomendações e diretivas do fair-play financeiro. Por um lado, a venda de jogadores pode reduzir a folha salarial e manter este montante dentro dos 60% de uma receita operacional estimada substancialmente inferior (cerca de 100M€ caso haja jogos à porta aberta). Por outro lado, a venda de jogadores pode ser essencial para equilibrar o saldo de transferências e evitar assumir resultados anuais negativos. Convém recordar que o resultado positivo do ano passado de 41M€ teve por base um saldo de transferências de +126M€, e que o saldo presentemente é de -78M€. A pergunta mais interessante não é se vai vender, mas sim quando vai vender e por quanto vai conseguir vender. Porque em tempo de pandemia os passes dos jogadores desvalorizaram cerca de 35% e não há tanta disponibilidade de capital no mercado de clubes.
O Benfica tem condições para ainda ir ao mercado comprar jogadores?
Tenho muitas dúvidas que isso aconteça. Acredito que o Benfica irá vender jogadores (como já achava antes da derrota) mas julgo que agora já não irá contratar mais. O resultado de Salónica pode ser a oportunidade dos jogadores da formação. Porque é a aposta nestes que permite substituir a saída de um qualquer craque (ex., Vinicius, Gabriel ou Rúben Dias) sem aumentar a folha salarial e prejudicar o saldo já negativo de transferências. Pode ser a nova oportunidade de Gonçalo Ramos, Florentino ou Ferro, permitindo ainda ao seu presidente cavalgar a retórica da “estratégia nunca abandonada do Seixal”, tão importante em época de eleições.
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