[weglot_switcher]

Desemprego em Cabo Verde é uma questão estrutural, afirma economista João Cardoso

Opinião partilhada pelo sociólogo Olavo Delgado, também orador, para quem a economia cabo-verdiana tem sido incapaz de captar a quantidade de mão-de-obra que está disponível no mercado.
18 Janeiro 2019, 13h24

O economista João Cardoso Pina considera que o desemprego em Cabo Verde é uma questão estrutural que resulta da falta da correspondência das habilidades dos trabalhadores, num país com “falta de emprego e de maquinarias”.

Perante uma plateia de alunos e professores da Escola de Negócios e Governação (ENG) que assistiam a palestra sobre “O mercado de trabalho em Cabo Verde”, o economista deixou algumas pistas no sentido de resolver a incapacidade de criar empregos, “num país sem fábricas” e que, na sua perspectiva, resulta da falta da capital.

O evento, realizado ontem, enquadra-se na I Semana do Curso de Economia, promovida pela ENG, da Universidade de Cabo Verde, onde o palestrante referiu que o salário mínimo em Cabo Verde tem efeitos no desemprego.

Opinião partilhada pelo sociólogo Olavo Delgado, também orador, para quem a economia cabo-verdiana tem sido incapaz de captar a quantidade de mão-de-obra que está disponível no mercado. “Temos jovens desempregados à procura do primeiro emprego, muitos licenciados, mas infelizmente a capacidade económica não consegue captar todo este pessoal”, referiu Olavo Delgado, acrescentando que a industrialização poderia ser uma alternativa para combater o desemprego.

A I Semana do Curso de Economia teve início segunda-feira com a palestra sobre a “Política monetária e o crescimento económico”, procedeu a um workshop e termina na sexta-feira, com uma conversa “Estado Moderno e Dinâmicas”, abarcando debates sobre temas actuais da economia cabo-verdiana.

De acordo com o presidente da ENG, João Brito, pretende-se com esta iniciativa facultar aos alunos oportunidade de se envolverem em actividades extracurriculares que lhes permitam o desenvolvimento das suas capacidades transversais, por considerar fundamental para o ingresso no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo.

“Nós pretendemos que no final dos cursos os alunos da ENG, além do diploma, levem para a casa um curriculum rico de actividades desenvolvidas, e que tenham uma participação mais activa na nossa sociedade. Isso irá aumentar a probabilidade de os mesmos conseguirem um bom emprego ou então promover o autoemprego”, perspetivou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.