O CEO da Ryanair admitiu esta terça-feira que o piloto do voo FR4978, que tinha como destino a Lituânia mas foi desviado para a Bielorrússia, onde o jornalista Roman Protasevich e a sua namorada foram detidos nesta paragem forçada, foi obrigado a realizar a paragem após uma ameaça de bomba, avança a “BBC”.
Michael O’Leary adiantou que o piloto tentou contactar a companhia aérea mas recebeu informações falsas de que a Ryanair não estava a atender as chamadas. O’Leary sustentou que o desvio foi uma “violação premeditada” das regras globais da aviação, ainda que a Bielorrússia negue que a paragem tenha sido forçada.
O voo da Ryanair levantou em Atenas, na capital grega, e tinha como destino Vilnius, a capital na Lituânia, no passado dia 23 de maio. A dez quilómetros da fronteira com a Lituânia, o piloto mudou o destino da viagem e parou em Minsk. Protasevich e a namorada Sofia Sapega continuam presos desde esse dia, apesar de já terem sido divulgados dois vídeos do jornalista.
Ao parlamento britânico, O’Leary apontou que o controlo de tráfego aéreo em Minsk comunicou com o piloto uma “ameaça credível de que se a aeronave entrasse no espaço aéreo da Lituânia ou tentasse pousar no aeroporto de Vilnius seria detonada a bomba que estava a bordo”. Terá sido neste momento em que o piloto pediu para falar com o centro de controlo da companhia aérea por diversas vezes, tendo sido transmitido que a Ryanair não atendia o telefone e que se tratava que um alerta vermelho.
Segundo Michael O’Leary, a aeronave foi “forçada a aterrar sob falsos pretextos utilizando o Controlo de Tráfego Aéreo de Minsk, e parece claro que os dois passageiros foram removidos e detidos contra a sua vontade”. O CEO da Ryanair adiantou ainda que, após a aterragem, a tripulação foi pressionada a admitir em vídeo que o avião foi desviado para Minsk voluntariamente mas a equipa terá recusado a pressão das autoridades.
O’Leary esclarece que, além do jornalista e da namorada, desapareceram outros três passageiros “não identificados”, dando a entender que estas pessoas seriam de agências de segurança.
As declarações do CEO da Ryanair chegam um dia depois de o chefe da Força Aérea da Bielorrússia, Igor Golub, afirmar que não se verificou qualquer “interceção, desvio forçado na fronteira ou pouso forçado do avião da Ryanair”.
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