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Dez ou 14 dias: quanto tempo tenho de ficar em isolamento?

Decisão de reduzir o período de isolamento de um caso Covid-19 positivo para dez dias em algumas situações baseia-se sobretudo na análise da evidência científica e nos novos estudos que têm sido efetuados ao modo como se comporta o novo coronavírus.
  • Eduardo Lopes/Lusa
2 Agosto 2021, 17h08

As regras da Covid-19 ainda têm gerado alguma confusão, nomeadamente no que respeita ao isolamento profilático e às diferenças entre a duração de dez ou 14 dias.

No caso de uma pessoa que tenha testado positivo à Covid-19, pode ter alta clínica e sair de casa ao fim de dez dias desde que não apresente sintomas há mais de três. Neste caso, não existe a necessidade de apresentar um teste negativo.

Quanto às pessoas que tiveram contacto com um caso positivo – ou seja, casos suspeitos – são obrigados a ficar em isolamento durante 14 dias, com a exceção se realizarem um teste negativo ao décimo dia.

Estas regras são também aplicadas aos utentes que já tenham sido imunizados contra a Covid-19 através da vacina, até a Direção-Geral da Saúde ter mais dados sobre a efetividade vacinal.

De acordo com a Deco Proteste, a decisão de reduzir o período de isolamento de um caso Covid-19 positivo para dez dias em algumas situações baseia-se sobretudo na análise da evidência científica e nos novos estudos que têm sido efetuados ao modo como se comporta o novo coronavírus.

“O facto de se testar positivo não significa necessariamente que a pessoa possa transmitir o vírus. Os fatores que determinam o risco de contágio são a capacidade de replicação do SARS-CoV-2, se o paciente tem sintomas e o comportamento do doente aliado a fatores ambientais”, nota a Deco Protesto.

“Sabe-se hoje que entre a exposição ao SARS-CoV-2 e o início dos primeiros sintomas existe um período de um a três dias durante o qual a carga viral vai aumentando e que, mesmo na ausência de sintomas, há já a possibilidade de transmissão do vírus”, explica a Deco Proteste, adiantando que “o risco de transmissão é maior quando começam os sintomas ou nos dias mais próximos do início dos sintomas e nos primeiros cinco dias depois de a doença se ter manifestado”.

Os dados indicam ainda que cinco a dez dias depois do contágio, o sistema do infetado começa gradualmente a produção de anticorpos. Em pacientes com formas ligeiras e moderadas da doença, o vírus com capacidade de se transmitir não foi detetado dez dias depois do aparecimento dos primeiros sintomas, enquanto nos casos mais graves, o vírus com esta capacidade continuava a ser detetado dez a 20 dias depois dos primeiros sintomas.

Devido à incógnita da transmissibilidade, e de um maior perigo associado às novas variantes, a DGS assume que se mantem a necessidade de esperar 14 dias para verificar a existência de sintomas, e de passar o período crítico de contágio, a quem teve contacto com casos positivos.

Ainda assim, todos os contactos devem realizar um teste laboratorial até ao quinto dia após a última data de exposição  ao caso confirmado, e devem realizar novo teste no décimo dia. Caso os dois testes apresentem um resultado negativo, e o utente não tiver sintomas, o isolamento profilático termina. No entanto, os contactos de alto risco devem reforçar o cumprimento das medidas de prevenção e de controlo da infeção, com uso de máscara e limitação de contactos com outros.

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