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DGS reitera que Portugal e o mundo “não estavam preparados” para a pandemia da Covid-19

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, defende que “o grande desafio” da Covid-19 é “o período silencioso da doença” e alerta que é “expectável” que venham a aparecer mais casos no outono e inverno, apesar de a Covid-19 não ter “um comportamento sazonal”. 
  • Cristina Bernardo
30 Setembro 2020, 11h10

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, reafirmou esta quarta-feira que Portugal e os restantes países da Europa e do mundo não estavam preparados para a pandemia da Covid-19. Graça Freitas defende que “o grande desafio” da Covid-19 é “o período silencioso da doença” e alerta que é “expectável” que venham a aparecer mais casos no outono e inverno, apesar de a Covid-19 não ter “um comportamento sazonal”.

“Evoluímos bastante. Começamos muita situação difícil, porque não estávamos, nem nós nem nenhum país do mundo, preparados para uma pandemia com as características destas. É muito importante o período silencioso da doença, que a distingue de todas as outras que se propagam da mesma forma”, afirmou Graça Freitas, em audição na Comissão da Saúde, no Parlamento, sobre os vários surtos que têm sido registados em lares.

Graça Freitas sublinhou que “o grande desafio da doença é o momento cego em que não sabemos o que se passa” e que, “mesmo quando há um teste negativo nessa fase, não é garantia de que as pessoas não estejam de período de incubação da doença e não a venham a transmitir dentro de horas ou dias”.

A diretora-geral da Saúde assinalou que, até às 6h00 da manhã, Portugal tem 51 surtos ativos e é “expectável” que venham a aparecer mais casos no outono e inverno, apesar de a Covid-19 não ter “um comportamento sazonal”. Disse ainda que o país “não vai ser uniforme” no próximo inverno, tal como não foi no início da pandemia, pelo que, “onde a circulação do vírus é mais ativa” deve haver “uma preocupação acrescida”.

No dos lares de idosos, Graça Freitas explicou que os surtos de Covid-19 têm surgido “da comunidade para o interior”. “Quantos mais casos tem uma comunidade, maior é a probabilidade de que o vírus entre numa unidade destas”, realçou, acrescentando que, “pela sua regularidade, ao contrário das visitas que são muito controladas, todos os dias entram profissionais nos lares”. “Por mais cuidadosos que sejam, há sempre o risco”.

A responsável referiu ainda que, para a DGS, é “indiferente” se os surtos são em lares legais ou ilegais. “Preferíamos que não houvesse lares ilegais, mas existindo, a intervenção é a mesma”, disse.

No caso de Reguengos de Monsaraz, onde morreram 18 pessoas devido à Covid-19, Graça Freitas frisou que “os médicos deram o seu melhor e foram corrigindo e dando formação”. “As melhorias foram-se fazendo. Não houve inação. Todos os intervenientes foram colmatando as dificuldades, inclusive o pessoal da instituição. Foram-te tentando resolver os problemas, de dia para dia houve uma melhoria”, disse.

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