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Dicas para começar a poupar (a partir de casa)

Algumas mais básicas, outras que nunca nos passariam pela cabeça. No Dia Mundial da Poupança, o Jornal Económico foi ouvir os melhores conselhos dos especialistas para poupar.
31 Outubro 2017, 09h00

  • Faça um orçamento realista (e inclua as crianças)

Começa tudo com a organização: o primeiro passo para poupar é fazer um orçamento, segundo a coordenadora do gabinete de proteção financeira da DECO, Natália Nunes. “Há quem defenda que as poupanças devem constituir 10% do rendimento disponível, mas cada família deve encontrar um valor confortável”. E todos os elementos da família devem ser incluídos. “As crianças devem ser envolvidas”, aconselha a especialista. “O orçamento familiar é para todos os elementos e defendemos que as crianças devem gerir o seu próprio dinheiro”, na forma de semana ou mesada, da qual podem também poupar.

  • Poupança não é o que sobra

Esperar pelo fim do mês para ver o que sobra e por de lado é uma estratégia que poderá levar mais vezes a esquecimentos, derrapagens ou tentações do que a poupança efetiva. “Será possível poupar melhor se a família estabelecer um objetivo”, explicou Natália Nunes. “Não se deve esperar para ver o que sobra no fim do mês, mas sim incluir a poupança no orçamento familiar como qualquer outra despesa”. Esse valor deve ser posto de parte logo no início do mês, segundo a especialista da DECO.

  • Leia com atenção as faturas e negoceie (tudo)

Taxas escondidas, parcelas que não sabe o que significam ou serviços que não usa podem estar a encarecer as faturas que caem todos os meses na caixa de correio (física ou eletrónica). Natália Nunes aconselha os consumidores a negociaram os contratos. Os mais comuns são os da água, da luz e do gás, mas também nas telecomunicações e nos bancos. Pode levar algum tempo, mas negociar anuidades e taxas de aplicação pode reduzir as contas ao fim do mês. A especialista sublinha ainda a importância de considerar o peso das obrigações mensais. “Avalie a taxa de esforço e não deixe que ultrapasse os 35%”.

  • Tente cortar a fatura da luz

Maria Amélia de Miranda, presidente da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, defende que pequenos passos podem fazer a diferença para começar a poupança. Desde logo em casa. Usar tomadas com interruptor on/off, aproveitar a luz natural, desligar a TV no off em vez do comando, retirar os carregadores das tomadas, manter ligados à corrente apenas eletrodomésticos em uso, aproveitar horários económicos e encher as máquinas para evitar mais que uma lavagem.“Substitua lâmpadas comuns por lâmpadas de baixo consumo (podem ser mais caras, mas a longo prazo consegue reaver dinheiro)”, lembrou.

  • Tenha atenção à água

Se a luz leva parte do rendimento das famílias, também na água e no gás é possível economizar. Fazer a manutenção das torneiras, não deixar água a correr durante o duche, enquanto se escova os dentes ou lava a loiça, usar a água fria do início do duche para regar plantas são algumas das sugestões de Maria Amélia de Miranda. “Regule a temperatura do esquentador. Manter a temperatura no máximo só vai fazer com que gaste mais gás e talvez mais água, pois a água sai demasiado quente e é necessário compensar com água fria”, explicou. “Se usar uma panela pequena num disco grande, desperdiça energia. Use grandes panelas nos grandes discos e pequenas panelas nos pequenos”.

  • Evite desperdícios

Outra parte significativa do orçamento vai para comida (e às vezes diretamente para o lixo).
Fazer uma lista de compras antes de ir ao supermercado, comparar o preço dos produtos, verificar os prazos de validade e ter atenção às promoções (incluindo cupões) poderão reduzir os desperdícios. “Faça refeições em casa. É uma das melhores dicas de poupança e é, também, mais saudável. Se tiver condições em casa, faça uma horta. Ao cultivar os legumes, frutos e vegetais, economiza bastante e come produtos frescos e saudáveis”, acrescentou a presidente da fundação.

  • Reduzir juros de crédito

O custo do dinheiro caiu em poucos anos, mas muitos consumidores desconhecem e continuam com produtos com taxas acima dos 20%. Sérgio Pereira, fundador da plataforma ComparaJá, lembra que quem tem cartão de crédito pode “incorrer em custos acrescidos desnecessariamente”, acrescentando que “em alguns casos, com um simples telefonema para a instituição financeira poderão conseguir baixar as taxas para os valores atuais de mercado (TAEG ronda entre 10% a 14%)”.

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