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Economista chefe do ING satisfeito com crescimento, mas preocupado com baixa inflação

O sentimento económico na zona euro atingiu em dezembro máximos desde o ano 2000, mas os analistas travam o entusiasmo. A inflação continua a ser o grande problema dos países da moeda única.
9 Janeiro 2018, 06h50

O momento positivo da economia da zona euro entusiasma empresas e investidores, tendo levado a um aumento do sentimento económico desde o outono de 2016. Em dezembro, o indicador alcançou os 116,0 pontos, o valor mais elevado de outubro de 2000. Apesar disso, os analistas refreiam o entusiasmo e a razão é a inflação.

“A economia da zona euro está definitivamente a ganhar momentum e a projeção de um crescimento do PIB este ano igual ou superior aos 2,4% esperados para 2017 não pode ser visto como conto de fadas. No entanto, a história da inflação continua a misturar as contas”, referiu Peter Vanden Houte, economista chefe para a zona euro do ING, numa nota.

A taxa de inflação geral na zona euro caiu para os 1,4% em dezembro, de acordo com uma estimativa rápida divulgada na semana passada pelo Eurostat. Vanden Houte sublinhou ainda que a inflação subjacente – há três meses abaixo de 1% – continua “demasiado baixa para ser confortável” e que “o sentimento económico não trás mais luz a este assunto”.

fintech cambial Ebury concorda que “a dicotomia entre crescimento forte e inflação fraca continua sem solução à vista”. Assim, considera que a atenção dos operadores de mercado vai estar  esta terça-feira na divulgação de dados do emprego da zona euro e, quinta-feira, nas atas da reunião de dezembro do Banco Central Europeu (BCE) para tentar perceber como é que economia e inflação se vão desenvolver em 2018.

“A publicação das atas da reunião de dezembro do BCE deverá, todavia, fornecer as tão necessárias indicações sobre a perspetiva do Conselho”, acrescentou a Ebury sobre um encontro em que o problema centrou as atenções.

A 14 de dezembro, o presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou esperar que o PIB da zona euro expanda este ano 2,4%, o que significa uma revisão “substancialmente” em alta, em relação às previsões de setembro, altura em que o banco central esperada um crescimento de 2,2%, em 2017. No próximo ano, o BCE estima que o PIB cresça 2,3% em 2018 (face à previsão de 1,8%, em setembro), 1,9% em 2019 e 1,7% em 2020.

Sobre a inflação média anual, o BCE estima uma aceleração para 1,5% em 2017, 1,4% em 2018, 1,5% em 2019 e 1,7% em 2020, sendo que o BCE adotou a definição de estabilidade dos preços (“próxima, mas abaixo de 2%”) como mandato em 1998. Desde então nunca o conseguiu cumprir e as estimativas dos governadores indicam que vai continuar a ter de lidar com a mesma questão.

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