O digital representava em 2017 cerca de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, um valor equivalente a 9 mil milhões de euros e que representa um aumento de 20% comparativamente aos quatro anteriores, de acordo com uma estimativa da Boston Consulting Group (BCG).
No entanto, ainda existe um gap de 3,3 pontos percentuais quando comparado com a média dos países europeus neste indicador económico, segundo o estudo “O impacto do digital na economia portuguesa”, elaborado pela consultora norte-americana e apresentado esta sexta-feira na Nova School of Business & Economics (Nova SBE), em Carcavelos.
Se Portugal conseguisse o mesmo “prémio” médio de crescimento do PIB que países com estratégias de crescimento robustas no digital (como é o caso da Irlanda, do Reino Unido, da Estónia ou mesmo de Israel) ganharia mais 1,1 pontos percentuais de crescimento da economia por ano. Pelas contas desta multinacional, caso o país “se conseguisse posicionar com um hub digital para a Europa” teria um ganho potencial de 20 mil milhões de euros no PIB até 2025.
Na cerimónia de divulgação desta análise, Pedro Pereira, partner e managing director da BCG Portugal, lançou a questão na audiência: será que Portugal pode ter a ambição de se tornar esse hub de referência no ‘Velho Continente’?. “Os sinais são positivos. A pergunta é se podem ser escalados”, explicou. A seu ver, existem mais-valias em Portugal, entre as quais a facilidade de perceber e falar línguas estrangeiras e a atratividade para atrair talentos e bons eventos, como a Web Summit.
Impacto do digital no PIB em 2017 (em milhões de euros)
Os autores deste trabalho (Eduardo Bicacro, Dominic Field, Miguel Abecasis e Pedro Pereira) calcularam, por exemplo, que o peso do e-commece no retalho é de apenas 4%, aquém de outros países europeus. “Há outros países que estão muito mais à frente. Apesar de o impacto ser significativo ainda estamos na cauda (…).Somos um dos países mais importadores em termos digitais. É este o nosso principal «call for action»”, alertou Pedro Pereira, na recém-inaugurado edifício da Nova SBE.
Para o tecido empresarial português, os maiores fatores críticos para haver transformação digital na organização são: estar online; focar nas necessidades do cliente; garantir excelência na experiência; unificar as experiências offline e online; explorar o valor dos dados; estabelecer parcerias geradoras de valor; desenvolvimento do negócio asset light.
“O papel não está só do lado das empresas. Governo e instituições devem investir na formação, nas skills emergentes, garantir literacia digital, fomentar o investimento nas infraestruturas e na cibersegurança. Tem de se proteger as pessoas e garantir que somos competitivos no digital”, disse o número um da BCG em Portugal.
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