Diogo Rezende será reconduzido como presidente do conselho de administração do Grupo Inapa até 2021, apurou o Jornal Económico junto de fonte próxima ao processo.
Segundo as nossas fontes, o nome de Diogo Rezende estará incluído na lista que vai ser proposta para a administração, no triénio 2019/2021. A proposta será entregue até dia 7 de maio pela Parpública, o maior acionista da Inapa e que tem 33,33% dos direitos de voto, e será votada na assembleia geral que se vai realizar no dia 23 de maio.
A eleição dos novos novos órgãos sociais é premente, uma vez que o mandato da administração atual terminou no fim do ano passado.
O Jornal Económico também sabe que os outros acionistas de referência, como o Millennium BCP e o Novo Banco, não vão apresentar propostas para a nova equipa de gestão da Inapa, mas o BCP terá uma palavra a dizer sobre a proposta apresentada pela Parpública.
Na página oficial do Grupo Inapa, liderado desde 2015 por Diogo Rezende, com dados de 9 janeiro deste ano, a estrutura acionista da Inapa é composta pela holding estatal, detentora de 33,39% das ações ordinárias, as únicas que conferem direitos de voto. Segue-se a empresa de meios, a Nova Expressão, de Pedro Baltazar, com 13,20%, e uma participação imputável ao Millennium bcp, com 8,47%. O Novo Banco apenas detém ações preferenciais sem direito de voto.
Mas esta estrutura acionista vai mudar depois da conversão das ações preferenciais em ações ordinárias.
Contatada pelo Jornal Económico, a Parpública não quis prestar comentários.
Na semana passada, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa julgou improcedente a providência cautelar interposta pela Nova Expressão, com vista a suspender a conversão das ações preferenciais em ações ordinárias, tal como ficara decidido na assembleia geral de 2018, e a Inapa informou o mercado que os acionistas têm até dia 6 de agosto para o fazer.
A Nova Expressão considerou que a decisão sobre a conversão das ações foi tomada “em grave prejuízo” do acionista minoritário e com o “abusivo propósito de obtenção de benefícios especiais para os acionistas maioritários”.
Atualmente, o capital da Inapa encontra-se dividido em 150 milhões de ações ordinárias e cerca de 301 milhões de ações preferenciais sem voto. Com a conversão, cada ação preferencial vai passar a valer 1,25 ações ordinárias.
Recorde-se que, em 2018, a Inapa passou de lucros a prejuízos. O grupo fechou o ano com um resultado líquido negativo de 3,6 milhões de euros, o que compara com os lucros de duzentos mil euros do ano anterior.
Em outubro do ano passado, a Inapa anunciou um acordo para a aquisição de 100% do capital social da Papyrus Deutschland, uma empresa dedicada à distribuição de papel nos segmentos gráfico e de escritório na Alemanha.
Mas ainda falta o parecer favorável da Autoridade da Concorrência alemã para que a operação se concretize.
Diogo Rezende qualificou esta operação como “transformacional” para o grupo, uma vez que iria permitir obter ganhos de eficiência substanciais na Alemanha.
Artigo publicado na edição nº 1987 de 3 de maio, do Jornal Económico
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