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Direitos televisivos desvalorizam quase 5 mil milhões de euros em 2020

As projeções para o futuro apontavam para o aumento do volume de negócios até chegar aos 56,1 mil milhões de dólares (46,2 mil milhões de euros) em 2022, até à pandemia do novo coronavírus ter entrado em “ação”, obrigando o desporto a adaptar-se.
  • Alessandro Bianchi/Reuters
19 Janeiro 2021, 16h50

Os adiamentos e cancelamentos dos eventos desportivos, provocados pela pandemia de Covid-19, continuam a ter impactos negativos no mundo do desporto. Segundo o relatório ‘Global Media’ da SportBusiness Consulting, os direitos televisivos para eventos desportivos diminuíram seis mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros).

O relatório anual faz uma avaliação e análise do sector dos direitos televisivos do desporto, acompanhando a sua evolução ao longo dos anos. Em 2019, pela primeira vez, o valor deste ativo ultrapassou os 50 mil milhões de dólares (41,2 mil milhões de euros), mantendo a tendência ascendente, crescendo 3,6% face a 2018 e atingindo os 51 mil milhões de dólares. O futebol continua a ser o principal desporto do mercado de direitos televisivos, movimentando 45% do total.

As projeções para o futuro apontavam para o aumento do volume de negócios até chegar aos 56,1 mil milhões de dólares (46,2 mil milhões de euros) em 2022, até à pandemia do novo coronavírus ter entrado em “ação”, obrigando o desporto a adaptar-se. Por fim, 2020 encerrou com direitos televisivos avaliados em 44,6 mil milhões de dólares (38,4 mil milhões de euros), uma redução de 12,55% em relação ao ano anterior.

O valor global dos direitos televisivos é sustentado por dez grandes desportos, cujas receitas combinadas (41,3 mil milhões de dólares) representam 92,6% das receitas totais. O futebol continua a ser o desporto rei nesta categoria, gerando cerca de 18,9 mil milhões de dólares (15,5 mil milhões de euros) em 2020 (42% do total), enquanto se aguarda o valor futuro dos seus direitos com base nas próximas negociações de competições nacionais, UEFA e a FIFA, para as suas respetivas competições.

Entre os desportos com maior impacto da pandemia de Covid-19 estão o beisebol (com redução de 39,1% da receita prevista após o cancelamento de dois terços da temporada da MLB (liga norte-americana); desportos universitários nos EUA (queda de 28,4%, afetado principalmente pelo cancelamento do March Madness de basquetebol); golfe (queda de 23,7%); e desportos motorizados (queda de 20,2%).

Os Estados Unidos continuam a ser o mercado de direitos desportivos mais valioso, respondendo por 43,6% do valor mundial das receitas em 2020, e com perspetiva de crescimento adicional. Em contraste, o Reino Unido e o Médio Oriente, entre os 10 mercados mais valiosos em 2020, não terão regressado aos valores pré-pandémicos até pelo menos 2023.

A incerteza permanece sobre os eventos desportivos. Embora muitas competições nacionais e internacionais tenham conseguido começar, outras, como os circuitos de ténis ATP e WTA, tentem apostar na quarentena dos jogadores para evitar novas suspensões e poder iniciar a temporada com o Open da Austrália.

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