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“Discriminação” fiscal no setor cervejeiro em Portugal deve acabar, defende responsável da Font Salem

Imposto especial “é o dobro” do que existe em Espanha e não incide no setor do vinho, que é também “muito popular em Portugal”, criando ao setor cervejeiro português uma “barreira” que o impede de evoluir como acontece no país vizinho.
9 Fevereiro 2018, 19h51

O diretor-geral da Font Salem, Antoni Folguera, apelou hoje, em Santarém, ao fim da “discriminação” fiscal que considera existir no setor cervejeiro em Portugal.

Em declarações à Lusa à margem da apresentação do Plano Estratégico Rumo a 2020, que representa um investimento superior a 40 milhões de euros nos próximos três anos para duplicação da capacidade de produção da fábrica de Santarém, Antoni Folguera lamentou a taxa de IVA e o Imposto Especial impostos ao setor.

Para o responsável da cervejeira espanhola, o imposto especial “é o dobro” do que existe em Espanha e não incide no setor do vinho, que é também “muito popular em Portugal”, criando ao setor cervejeiro português uma “barreira” que o impede de evoluir como acontece no país vizinho.

Apenas 35% da produção da unidade de Santarém se destina ao mercado nacional, estando o crescimento a ocorrer no mercado externo, salientou.

Antoni Folguera disse ainda que a introdução do imposto sobre o açúcar “foi terrível” para o setor dos refrigerantes.

“Comparamos com Espanha, que não tem este imposto, exceto na Catalunha, e o impacto nas vendas totais [em Portugal] foi terrível em termos globais”, disse, ressalvando que a produção de refrigerantes da Font Salem não sofreu tanto esse impacto porque ainda está a “ganhar novos clientes” no mercado português, que estão a substituir o que importavam, nomeadamente de Espanha, pelo produto produzido em Santarém.

Contudo, o administrador e diretor-geral da Font Salem não escondeu a preocupação com a evolução do setor dos refrigerantes e o desejo de que o imposto seja retirado.

“A taxa do açúcar, que é especialmente gravosa para nós, é altamente discriminatória porque há uma grande variedade de produtos com açúcar no mercado. Os refrigerantes só representam uma pequena parte e somos os únicos que estamos agravados com esta taxa”, declarou.

O plano hoje apresentado, numa jornada que começou de manhã com visitas à fábrica e culminou com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, vai permitir a duplicação da produção até aos 4 milhões de hectolitros (cerveja e refrigerantes),

Com este plano, o investimento feito na fábrica adquirida em 2010 à Iberpartners, de Jorge Armindo, quando a unidade inaugurada em 2002 pelo empresário José Sousa Cintra se encontrava em processo de insolvência, chegará aos 100 milhões de euros.

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