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Discurso de Mario Draghi impulsiona bolsas europeias

A sinalização de Mario Draghi de que poderá haver novas políticas de estímulo tiveram inclusive impacto nos juros da dívida nacional. A praça lisboeta encerrou a sessão desta terça-feira com um ganho superior a 1%.
  • José Manuel Ribeiro/Reuters
18 Junho 2019, 17h09

As palavras do presidente do Banco Central Europeu no Fórum que decorre em Sintra surpreenderam os investidores e impulsionaram as bolsas europeias, acabando por se refletir esse ânimo do outro lado do Atlântico. A sinalização de Mario Draghi de que poderá haver novas políticas de estímulo – se a perspetiva económica não melhorar e a inflação na zona euro continuar – teve inclusive impacto nos juros da dívida. Os juros portugueses afundaram durante a manhã para 0,5%, enquanto, por exemplo, os juros a 10 anos de França, tocaram, pela primeira vez, os 0%.

A Bolsa de Lisboa não escapou ao rally e fechou a sessão desta terça-feira em terreno positivo, com um ganho superior a 1% (+1,22%, para 5.125,30 pontos), sobretudo devido à subida de 2,26%, para 0,26 euros, no BCP – uma vez que os bancos tendem a refletir de forma mais direta as políticas deste banco central – e de títulos mais expostos internacionalmente, tais como a Mota-Engil (+3,21%, para 1,90 euros) e a Jerónimo Martins (+2,43%, para 14,55 euros).

As empresas da pasta e do papel também estiveram em destaque, com a Semapa a ganhar 0,33%, a Navigator a subir 1,12% e a Altri a valorizar 1,90%. O setor energético seguiu a mesma linha: Galp Energia (+1,83%), REN (+0,61%), EDP (1,47%). Em contraciclo estiveram as ações da Nos (-0,44%) e CTT (-0,19%).

“Embora os investidores esperassem que Mario Draghi se debruçasse sobre a forma como o BCE poderia agir perante uma conjuntura tão incerta e mesmo adversa, poucos pensaram que fosse tão explícito”, explicam os analistas do CaixaBank/BPI Research. “As declarações de Mario Draghi, em consonância com a expectativa da Fed cortar em breve as taxas nos Estados Unidos, gerou uma forte propensão ao risco nos investidores globais”, explicaram, numa nota de mercado publicada esta tarde.

Ramiro Loureiro, trader do Millennium bcp, considera que isto mostra que os investidores estão muito voltados para a capacidade dos bancos centrais em contrariarem os sinais de arrefecimento económico”. “Deste ponto de vista pode haver ainda aqui uma espécie de stand by até serem conhecidas amanhã as decisões da Fed”, aponta, em comunicado.

Nas restantes bolsas da Europa, o índice alemão DAX avançou 2,05%, o britânico FTSE 100 subiu 1,21%, o francês CAC 40 valorizou 2,20%, o holandês AEX cresceu 1,44%, o italiano FTSE MIB ganhou 2,40% e o espanhol IBEX 35 somou 1,19%. O Euro Stoxx 50 terminou o dia com uma valorização de 2,04%.

A cotação do barril de Brent está a subir 2,30%, para 62,34 dólares, enquanto a cotação do crude WTI dispara 3,72%, para 54,11 dólares por barril. Quanto ao mercado cambial, nota para a depreciação de 0,19% do euro face ao dólar (1,1197) e para a valorização de 0,08% da libra perante a divisa dos Estados Unidos (1,2542).

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