[weglot_switcher]

Divergências entre China e EUA penalizam Wall Street

Além da guerra comercial, as bolsas norte-americanas estão também a ser penalizadas pelo crescimento pouco significativo das vendas no retalho. O dólar valoriza e as ‘yields’ dos EUA sobem para máximos de 2011.
  • Reuters
15 Maio 2018, 14h50

 Os Estados Unidos e a China estão “muito longe” de resolver os conflitos comerciais, segundo o embaixador norte-americano na China, Terry Branstad. A declaração foi feita no início da segunda ronda de negociações e penalizou o início de sessão nas ações norte-americanas. Em sentido contrário, o dólar sobe e as yields da dívida estão em máximos de 2011.

O índice industrial Dow Jones perde 0,74% para 24.714,00 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 recua 0,65% para 2.712,40 pontos e o tecnológico Nasdaq cede 1,01% para 7.336,55 pontos.

A época de resultados está a chegar ao fim nos EUA e a robustez das contas das empresas cotadas nos EUA não chegou esta terça-feira para animar os mercados.

“A época de apresentação de resultados foi bastante positiva (já refletido nos preços) com um aumento médio dos lucros das empresas do S&P 500 de 26%”, refere uma nota de research do Bankinter, sobre as valorizações relacionadas com os resultados, que já descontadas nos preços das ações.

A penalizar as bolsas estão também dados que indicam um aumento apenas moderado das vendas no retalho norte-americano, devido à pressão da subida dos preços dos combustíveis.

As vendas no retalho dos EUA aumentaram 0,3% em abril, face a março, e 4,7% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados publicados pelo Departamento de Comércio norte-americano corresponderam à expetativa dos analistas. No entanto, também indicam que a recuperação do consumo poderá ser penalizada pela subida do preço da gasolina, cujo valor por galão já ficou 31% mais caro desde o início do ano.

“No mercado de dívida, há que vigiar se a yield dos 10 anos norte-americanos irá muito mais além dos
3%. Amanhã é outro dia e os investidores já terão ao seu dispor bons dados económicos nos EUA para recuperarem o seu otimismo”, acrescentou o banco, numa altura em que os juros da dívida benchmark dos EUA avança quase cinco pontos base para 3,052%, em máximos de 2011.

No mercado cambial, o dólar aprecia-se contra as principais pares. A moeda norte-americana valoriza 0,73% face ao euro, para 1,184 dólares e 0,64% face à libra, para 1,346 dólares. Já em comparação com a divisa japonesa, o dólar aprecia-se 0,53% para 110,24 ienes.

O petróleo interrompeu a série de ganhos, que tinha levado os preços para máximos de 2014 e negoceia a desvalorizar. O crude WTI recua 0,37% em Nova Iorque para 70,70 dólares por barril e o brent perde 0,14% em Londres para 78,12 dólares.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.