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Do Parlamento ao Palácio da Bolsa: este vai ser o périplo de João Lourenço em Portugal

Após a visita do primeiro-ministro António Costa a Luanda em setembro, a visita do presidente de Angola é a primeira visita oficial de um líder angolano em dez anos a Portugal.
  • Angop
22 Novembro 2018, 07h23

Esta quinta-feira arranca a visita de Estado do presidente de Angola a Portugal, depois da visita do primeiro-ministro, António Costa, a Luanda em setembro, ter dado origem a uma nova fase nas relações político-diplomáticas.

A visita de António Costa a Luanda revestiu especial importância, após o “irritante” – que envolveu o antigo vice-presidente de Angola Manuel Vicente, e que confirmou a intenção de sanar o episódio, passando o futuro por resolver o problema das dívidas do Estado angolano a empresas portuguesas.

Na visita a Portugal, João Lourenço irá ser recebido pelos vários líderes políticos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebe o seu homólogo angolano amanhã pelas 11h50 e às 15 horas, o chefe do Estado angolano e o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, discursam numa sessão solene da Assembleia da República. João Lourenço segue depois para a Câmara Municipal de Lisboa, onde irá receber a chave da cidade das mãos do presidente da autarquia, Fernando Medina.

A visita prossegue com uma ida ao Instituto Nacional de Investigação Agrícola e Veterinária (INIAV), onde estará acompanhado do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos. O Palácio da Ajuda recebe depois João Lourenço para um banquete oficial, oferecido por Marcelo Rebelo de Sousa e onde estará igualmente presente António Costa, entre outros convidados.

Na sexta-feira, o Presidente angolano arranca cedo para o Porto onde será recebido pelas autoridades locais antes de discursar no Fórum Económico e Empresarial Portugal/Angola, tal como o primeiro-ministro.

Pelas 11h45 chegará à Câmara Municipal do Porto onde o autarca Rui Moreira lhe vai entregar as chaves da cidade. João Lourenço é esperado cerca das 12 horas no Palácio da Bolsa para a assinatura de acordos e almoça com empresários portugueses e angolanos, antes de regressar a Lisboa.

Já na capital, o presidente de Angola encontra-se às 16h30 com a comunidade angolana residente em Portugal. No sábado João Lourenço visita, a partir das 9h25, a base naval do Alfeite e almoça com Marcelo Rebelo de Sousa, antes de pôr fim à visita oficial.

A primeira visita de um presidente angolano em dez anos 

A visita de João Lourenço é também a primeira visita oficial de um presidente angolano em dez anos e a primeira depois da visita de António Costa a Luanda. No último dia da visita, o líder do Executivo português acenou com uma cortesia diplomática ao afirmar que a relação entre Portugal e Angola “é uma parceria entre iguais, em que cada um contribui para a riqueza do outro e em que ambos beneficiam igualmente da relação”.

Após ser recebido por João Lourenço, no Palácio Presidencial, com honras militares, António Costa sublinhou a reciprocidade e a igualdade numa relação entre dois Estados soberanos, cujas sociedades estão “unidas” por “laços históricos e afetivos”.

No entanto, António Costa frisou que mais de mil empresas portuguesas de capitais mistos operam em Angola e que mais cinco mil firmas nacionais exportam para o mercado angolano – um dos dez maiores destinos de produtos nacionais e a delicada questão sobre as dívidas às empresas portuguesas, não foi deixada fora da agenda.

O primeiro-ministro português assegurou durante a visita que o tema não originará um novo “irritante” ou tensão entre os dois países e reconheceu a “grande preocupação, interesse e motivação” das autoridades angolanas em ultrapassar o problema.

 

* Com Lusa

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