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Do Planalto a Cambridge e Columbia, até à ONU em Nova Iorque

Miguel Brito adora Portugal, mas admite que o inglês e a cultura anglo-saxónica tiveram um papel fundamental na sua vida. Saiu de Lisboa, em 2008, para o Reino Unido, seguiu para Espanha e, mais tarde, para os Estados Unidos. E mantém o objetivo de regressar um dia.
11 Novembro 2018, 10h00

Nasceu em Lisboa e viveu em Portugal até aos 17 anos, tendo dado os primeiros passos na Queen Elizabeth School, um colégio onde os professores eram ingleses e o contacto com esta língua diário. “O domínio do inglês abriu-me as portas para um mundo de oportunidades, tanto lá fora como dentro de Portugal”, sublinha Miguel Brito, 27 anos de idade, ao Educação Internacional.

Se o inglês foi um pilar, o outro foi o Colégio Planalto, que, por opção dos pais, frequentou do 5.º ao 12.º ano. “As escolas são os professores que têm e o Planalto tinha, sem dúvida, excelentes professores. O Planalto é um estabelecimento de ensino privado e eu desde cedo tive a noção do investimento e do esforço que os meus pais estavam a fazer na minha formação”, frisa.

No 10.º ano iniciou aquela que considera uma das fases mais desafiantes da sua vida em termos académicos: o International Baccalaureate (IB). Por essa alturacomeçou o longo e demorado processo de candidatura à universidade dos seus sonhos: Cambridge. Aí fizera, no verão dos seus 13 anos, com dois amigos, um curso de inglês e apaixonara-se pelos colleges com 800 anos, pelos parques verdejantes ao longo do rio, onde as equipas de remo competiam, pelos pequenos pubs onde foram feitas importantes descobertas científicas. Em Cambridge encontrou também um curso que lhe permitiu agrupar todos os interesses: Direito, Economia e Ambiente, (Law, Economics and Environmnet), algo que em Portugal não se fazia. O resultado da candidatura chegou em forma de carta: We would like to congratulate you on being accepted to the University of Cambridge. Já lá, as saudades e as dificuldades iniciais de quem se aventura a viver sozinho, longe da família, quase o levavam a dar um passo em falso e abandonar o sonho. No entanto, a força de vontade falou mais alto. “Tenho noção que fui para Cambridge um miúdo e voltei um homem.”

Já formado, Miguel Brito arranjou trabalho numa empresa portuguesa em Espanha, na área das energias renováveis. “Encarava esta fase da minha vida como uma paragem temporária antes de seguir para o “sonho americano”. Chegou à posição de Second Comittee Advisor na Missão da União Europeia nas Nações Unidas com a ajuda do Google e do LinkedIn. Aí esteve seis meses. “Há algo de especial naquele lugar, a história, as pessoas, as diferentes culturas todas reunidas numa assembleia verdadeiramente global”. Candidatou-se, de seguida, a um programa de mestrado em Economia e Política Energética na Universidade Columbia em Nova Iorque, que lhe abriu as portas da China. “Um concurso para apresentar uma proposta na área energética levou-me e mais cinco colegas a desenvolver um projeto piloto para eletrificação rural na China…” Terminou o mestrado em 2016 e, desde então, divide o tempo entre Portugal, Estados Unidos e Inglaterra, a trabalhar para uma empresa americana como energy analyst. Adora o que faz, mas a distância continua a pesar e tornou-o mais apegado à casa: “Depois de uma década fora de Portugal e do contacto com outras realidades e culturas aprendi a dar ainda mais valor aquilo que temos no nosso ‘país à beira-mar plantado’.”

 

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