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Dois jornalistas turcos absolvidos em tribunal. Veredito mereceu aplausos na sala de audiências

Segundo a BBC, os dois jornalistas presos, Ahmet Nesin e Orel Onderoglu representantes dos Repórteres Sem Fronteiras na Turquia, e Sebnem Korur Fincanci, presidente da associação dos direitos humanos da Turquia, foram absolvidos. Após a leitura do veredito, ouviram-se aplausos na sala de audiências.
18 Julho 2019, 07h27

Um ativista e dois jornalistas turcos foram esta quarta-feira absolvidos das acusações de terrorismo por alegadamente espalharem propaganda terrorista, fundamentando-se a acusação na colaboração com o jornal Curdo, “Ozgur Gundem”, avança a BBC.

Situação aconteceu quando em agosto de 2016 desempenharam a função de editores-convidados, o que enfureceu o Governo turco, uma vez que as relações da Turquia com o povo Curdo não são, de todo, as melhores.

Antes da leitura da sentença, Sebnem Fincanci aproveitou para dizer, “o único crime aqui cometido, é o crime de atentado à liberdade de expressão”.

Segundo a BBC, os dois jornalistas presos, Ahmet Nesin e Orel Onderoglu representantes dos Repórteres Sem Fronteiras na Turquia, e Sebnem Korur Fincanci, presidente da associação dos direitos humanos da Turquia, foram absolvidos. Após a leitura do veredito, ouviram-se aplausos na sala de audiências.

Já à saída do tribunal, Fincanci mostrando-se surpreendida acabou por dizer, “Estou bastante surpreendida com o veredicto final, nem sei como reagir (…) só prova que o tempo que passámos na cadeia foi completamente desnecessário, uma vergonha”.

Só no ano passado, a Turquia prendeu cerca de 65 jornalistas, na sua maioria de origem Curda.

Sendo a Turquia um dos países com mais jornalistas presos ou sobre julgamento, a associação pelos direitos da liberdade de imprensa, Repórteres sem fronteiras, divulgou uma lista mundial sobre a liberdade de imprensa, onde a Turquia figura no lugar 157 em 180 países, estando “apenas” à frente de nações como a China ou a Coreia do Norte, que se encontram em 177 e 179 respetivamente, entre outras.

Recorde-se que, desde a chegada de Recep Erdogan ao Governo turco, a perseguição a jornalistas intensificou-se, especialmente aos que desafiam a sua autoridade e abordam matérias sobre o seu governo, em especial, à maneira como tem perseguido inimigos políticos, mas também sobre a difícil relação com o povo Curdo, e mais recentemente, a prospeção ilegal de gás na costa do Chipre.

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