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Dólar teve um ano difícil, mas vai valorizar face ao euro em 2018, segundo a Ebury

Numa altura em que a apreciação do euro face ao dólar preocupa as autoridades europeias, a ‘fintech’ cambial prevê que este ano seja de inversão para a moeda norte-americana.
21 Janeiro 2018, 12h00

O desempenho impressionante do euro e a queda acentuada do dólar dos EUA face a todas as moedas do G10 foram as principais tendências do mercado cambial em 2017, mas este ano poderá ser de mudança, segundo o outlook da fintech Ebury. O ponto de inversão será a aproximação do mercado às expetativas da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

Apesar de o banco central dos EUA ter subido as taxas de juro três vezes em 2017, o dólar desvalorizou mais de 10% face às principais pares. A análise da Ebury sublinha que a Fed está otimista em relação à economia norte-americana, “sendo por isso pouco provável que venham a desistir dos planos de normalização da política monetária durante este ano”.

“A inflação subjacente nos EUA está perto da meta estabelecida; o mercado de trabalho norte-americano está a criar emprego a um ritmo estável, dez anos após o início da expansão atual, e a reforma fiscal de Trump deverá dar um impulso razoável ao consumo interno e ao investimento”, referem.

Por isso, a fintech espera que a Fed suba novamente as taxas três vezes em 2018, em linha com o gráfico dot plot da instituição, a partir de março. No entanto, a Ebury não exclui a hipótese de quatro aumentos, “o que seria um ritmo mais acelerado do que aquele que os mercados parecem apontar”.

“Os futuros sobre as taxas da Fed mostram que o mercado está, de momento, a descontar uma probabilidade de 75% de dois aumentos e de 35% de três aumentos, antes do final de 2018”, explicou a Ebury. “Assim que o mercado se aproximar mais das expectativas da Fed, é provável que o Dólar inicie um movimento de apreciação”.

“A nomeação de Jerome Powell para próximo presidente da Fed, sucedendo a Janet Yellen, em fevereiro, não terá, a nosso ver, um impacto significativo no ritmo ou no calendário de tais aumentos das taxas de juro, durante este ano”, acrescentou sobre o dólar.

Já em relação ao euro, a fintech considera que a política europeia continuará em destaque este ano, com Itália a preparar-se para ir a votos em março e Angela Merkel a continuar os esforços para formar um governo de coligação na Alemanha.

“Os investidores estão cada vez mais confiantes em que o Banco Central Europeu poderá pôr fim ao programa de estímulos monetários durante este ano, depois de o ter prolongado até setembro de 2018, na reunião do passado mês de outubro”, refere a análise.

“Este banco central deixou, contudo, bem claro que não tenciona aumentar as taxas de juro antes do fim do programa de estímulos monetários, atendendo ao contexto de baixa inflação, pelo que, em nossa opinião, uma tal relutância poderá recolocar o euro numa tendência de desvalorização”, acrescentou a Ebury.

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