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Donald Trump garante que “pessoas mortas há 10 ou 15 anos pediram para votar pelo correio”

Presidente dos Estados Unidos disse numa entrevista à Fox News que os democratas “rechearam as urnas com votos” e acusou o Departamento de Justiça e o FBI de estarem “desaparecidos em combate” na investigação ao que diz ter sido uma “absoluta fraude” nas eleições presidenciais em que se recusa a reconhecer a derrota para Joe Biden.
  • Carlos Barria/Reuters
29 Novembro 2020, 20h27

O presidente em exercício dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo à Fox News que “pessoas mortas há 10 ou 15 anos pediram para votar por correio” nas eleições presidenciais norte-americanas. Numa entrevista em que interrompeu o silêncio que tem imposto a si próprio, tirando curtas declarações sem direito a perguntas e recorrentes mensagens no Twitter, o republicano derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden voltou a dizer que ocorreu uma “absoluta fraude” nas votações.

Falando por telefone com Maria Bartiromo, apresentadora do programa “Sunday Morning Futures”, Trump voltou a enumerar o que garante serem casos de “transferência de milhares de votos” para Biden devido a interferência nas máquinas de votos, de “dezenas de milhar de votos enviados por correio por pessoas mortas” e de “milhares de boletins despejados nas salas de escrutínio” quando os observadores republicanos “foram expulsos por marginais”.

“Não há maneira de Joe Biden ter conseguido 80 milhões de votos. Não obteve mais 16 milhões de votos do que Barack Hussein Obama, mais 14 milhões de votos do que Hillary Clinton, e não suplantou Obama na comunidade negra nas maiores cidades dos estados indecisos. Isso não aconteceu. Eles ‘rechearam’ as urnas com votos”, disse Donald Trump, que disse estar “envergonhado” por ter apoiado Brian Kemp, o governador republicano do estado da Georgia, um dos seis (juntamente com Arizona, Nevada, Michigan, Wisconsin e Pensilvânia) onde o presidente em exercício está a contestar os resultados, sem qualquer sucesso até agora.

Também não faltaram na entrevista críticas ao Departamento de Justiça e ao FBI, que Trump disse estarem “desaparecidos em combate” na investigação àquilo que diz serem indícios de fraude eleitoral, bem como à “indústria das notícias falsas” e às grandes empresas tecnológicas, apontando falta de liberdade de imprensa e “supressão de factos” nos Estados Unidos por terem silenciado e impedido a partilha de notícia sobre os escândalos que envolveram Hunter Biden, filho do presidente eleito Joe Biden.

Trump disse que mantém esperança de que o Supremo Tribunal possa analisar as provas que os seus advogados estão a juntar, mas admitiu que tal possa chegar a não acontecer, voltando a criticar os juízes dos vários estados. E terminou dizendo que “se os republicanos permitirem que isto aconteça não voltará a haver nenhum republicano eleito neste século”. Seja como for, ainda não foi desta vez que reconheceu a vitória de Joe Biden.

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