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‘Dot plot’ indica que Fed vai manter plano de três aumentos de taxas este ano

A primeira reunião política monetária da Reserva Federal sob a liderança de Jerome Powell resultou num esperado aumento de taxas de juro. Em relação ao resto do ano também não houve surpresas, com a manutenção da previsão de mais dois aumentos.
21 Março 2018, 18h58

A Reserva Federal norte-americana sinalizou que deverá manter o plano de implementar três aumentos da taxa de juro diretora este, o primeiro dos quais foi anunciado esta quarta-feira. Na primeira reunião do  Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC)  liderada pelo novo chairman, Jerome Powell, o banco central norte americano decidiu aumentar a federal funds rate em 0,25 pontos base para um intervalo entre 1,5% e 1,75%.

No entanto, a reforma fiscal e outros incentivos económicos implementados pela administração de Donald Trump poderão levar a economia norte-americana a sobreaquecer, criando pressão inflacionária e um escalar das yields da obrigações soberanas (as Treasuries), um mistura que tem levado a expectativas que a Fed poderá acelerar o ritmo de subidas nas taxas.

Em conferência de imprensa, Powell afirmou que “as projeções dos participantes na reunião sobre o caminho apropriado para a federal funds rate refletiram a abordagem de subidas graduais”. Salientou que segundo o dot plot,  ou mapa de pontos que mostra as previsões das taxas de juros feitas pelos membros do Comité, indica que a previsão média é que a taxa atinja os 2,1% no final deste ano, 2,9% no final de 2019, e 3,4% no final de 2020.

“A maioria dos participantes aumentou as projeções desde de dezembro, mas a projeção média para este ano não mudou”, salientou.

Powell sublinhou que o aumento da taxa de juro anunciada esta quarta-feira é mais um passo no processo de reduzir os estímulos monetários de forma gradual.

O novo chairman da Fed recordou que a inflação na maior economia do mundo permanece abaixo dos 2%, tendo atingido os 1,7% nos doze meses até fevereiro, com a inflação core, ou seja, sem preços de energia e bens alimentares,  a registar apenas 1,5%. Powell explicou que a distância à meta resulta de algumas quedas “pouco habituais” nos preços que ocorreram há um ano, adiantando que nos próximos meses esse efeito já não terá efeito e a inflação deverá subir para mais perto de 2% e estabilizar nesse nível.

“Claro que várias forças irão continuar a afetar a inflação, por vezes poderá estar acima dos 2% e noutras alturas abaixo. O nosso objetivo na inflação é simétrico, no sentido que estamos a tentar evitar desvios persistentes em qualquer uma das direções”, frisou.

A ideia de a Fed tolerar inflação acima de 2% assustou temporariamente os mercados, com os índices em Wall Street a aliviarem dos ganhos, antes de retomarem a rota de subida, animados pela confiança demonstrada por Powell sobre a economia norte-americana.

A Fed reviu em alta as projeções económicas e vê agora a economia a expandir 2,7% este ano, face à anterior previsão de 2,5%. Em 2019, o crescimento deverá ser de 2,4% (comparado com a previsão de 2,1% em dezembro, e em 2020 de 2%.

A estimativas para a inflação ficaram praticamente inalteradas: 1,9% este ano, 2% no próximo e 2,1% em 2020.

[Atualizada às 19h27]

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