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Draghi: “O nosso mantra é paciência, prudência e persistência”

O presidente do Banco Central Europeu garantiu que a instituição se vai manter no mercado como comprador de ativos durante um grande período de tempo. Este instrumento é, agora, de uso normal, segundo explicou.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
14 Junho 2018, 16h11

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou esta quinta-feira que a instituição irá manter-se como comprador de ativos durante um longo período de tempo. Após anunciar que o programa de compra de ativos irá terminar em dezembro, o italiano fez questão de garantir uma reação positiva do mercado.

“O nosso mantra é a paciência, prudência e persistência”, afirmou Draghi, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Governadores, esta quinta-feira, em Riga.

Os responsáveis de política monetária da zona euro tomaram a “decisão unânime” de prolongar os estímulos monetários, mas reduzir o ritmo. O programa de compra de ativos irá decorrer a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros até setembro e, no último trimestre do ano, irá continuar com um volume mensal de 15 mil milhões de euros.

As compras líquidas deverão nessa altura acabar, seguindo-se uma política de reinvestimentos. Questionado sobre os pormenores dessas operações, que consistem no reinvestimento dos pagamentos de títulos que chegam às maturidades, Draghi afirmou: “Ainda não decidimos, mas quer dizer alguma coisa que foi unânime manter [a declaração que irá funcionar] por um período alargado de tempo”.

O italiano considerou ainda como positiva a reação dos mercados ao anúncio (com o euro a desvalorizar face ao dólar e as yields das dívidas soberanas da zona euro a recuarem) e um sinal de que os investidores perceberam que o BCE manter uma posição sólida.

A decorrer desde março de 2015, a compra de ativos – quantitative easing (QE) – foi usada pelo BCE para estimular as economias da zona euro durante a crise e foi essencial para a manutenção de baixos custos de financiamento dos Estados.

O BCE seguiu os passos de outros bancos centrais, incluindo a Reserva Federal norte-americana, e o investimento em ativos, acompanhado de juros de referência próximos de zero, ficou conhecido por medidas não convencionais de política monetária, enquanto a reversão da estratégia é vista como normalização. No entanto, segundo Draghi, o cenário mudou. “Vão continuar a ver indicações sobre o programa de compra de ativos. É normal agora”, disse o presidente do BCE.

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