O aviso já tinha sido dado no discurso após a reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu esta quinta-feira – o crescente protecionismo é um dos principais riscos negativos no outlook de crescimento da zona euro.
No entanto, foi na conferência de imprensa logo a seguir que Mario Draghi, presidente da instituição, explicou esses riscos de forma mais completa e clara.
Sem mencionar diretamente a ameaça do presidente norte-americano Donald Trump, de impôr tarifas às importações de aço e alumínio, e sem usar o termo ‘guerra comercial”, Draghi sublinhou os perigos.
“O que me parece é que, seja qual for a convicção que uma pessoa tenha sobre o comércio, e certamente o Conselho de Governadores segue esta linha, estamos convencidos que as disputas devem ser discutidas e resolvidas num quadro multilateral e que as decisões unilaterais são perigosas”, referiu.
“Além disso, há certamente uma preocupação sobre o estado das relação internacionais, porque se se impõe tarifas contra os aliados, podemos questionar quem são os inimigos”, sublinhou.
O presidente do BCE acrescentou que na análise do impacto de tarifas, há vários factores a ter em conta. O primeiro é se irá haver retaliação. O segundo é ver qual será o impacto nas taxas de câmbio.
“Mas em terceiro, e mais importante, é um aspecto em todas, ainda não as chamaria de guerras comerciais, mas em todas as trocas, é o efeito na confiança. E isso é muito difícil de avaliar, estimar, prever, mas se o impacto na confiança é negativo, vai ser negativo tanto na inflação como no output”, afirmou.
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