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Drama, agressões e rescisões: terça-feira negra ensombra futebol português

A Academia de Alcochete foi palco de um dos episódios mais negros da história do futebol português. Consequências para o clube de Alvalade são imprevisíveis.
16 Maio 2018, 07h35

Durante a tarde de ontem, cerca de meia centena de indivíduos, de cara tapada, alegadamente adeptos ‘leoninos’, invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, assim como o treinador Jorge Jesus. As imagens correram mundo e os factos foram notícia lá fora, colocando o Sporting CP e Portugal no mapa mundo da violência de âmbito desportivo.
Ministério Público está a investigar
As agressões a vários jogadores e membros da equipa técnica do Sporting Clube de Portugal, esta quinta-feira, vai ser alvo de investigação pelo Ministério Público, segundo apurou o Jornal Económico. Cerca de 50 adeptos entraram na Academia do clube, em Alcochete, de cara tapada e, após percorreram o relvado, conseguiram chegar ao balneário da equipa principal.

“O Ministério Público está a investigar os factos ocorridos em Alcochete”, afirmou fonte oficial ao Jornal Económico, sobre o ocorrido a dias da final da Taça de Portugal de futebol.

Rescisão por justa causa equacionada 
As agressões que tiveram lugar ontem à tarde na Academia de Alcochete e que visaram alguns jogadores e elementos da equipa técnica podem fazer com que alguns atletas e equipa técnica ponderem avançar com a rescisão do contrato por justa causa, adianta a rádio “TSF”.

Antes destas agressões, já alguns jogadores equacionavam pedir à direção do clube para que o seu passe fosse negociado no final desta temporada mas os ataques que decorreram antes da realização do treino de hoje na Academia de Alcochete podem precipitar um cenário muito mais complicado para os interesses leoninos: o pedido de rescisão de contrato por justa causa.

Bas Dost, um dos jogadores de quem já se falava que poderia abandonar Alvalade no final da temporada, poderá estar nesse grupo de jogadores, tendo em conta as agressões de que foi alvo. De resto, o empresário do jogador já se pronunciou sobre este caso e em declarações ao jornal “O Jogo” realçando que esta situação “não é aceitável”.

De resto, as notícias dos ataques em Alcochete já tiveram eco na Argentina. O canal TIC Sports avança mesmo que os argentinos Marcos Acuña e Rodrigo Battaglia, que se encontram entre os 35 jogadores pré-convocados para o Mundial da Rússia deste ano e foram alvo da ira destes adeptos, estarão a equacionar pedir rescisão de contrato que ainda têm com o Sporting CP.

“Os jogadores do Sporting CP irão avançar com uma queixa na polícia e opõem-se a jogar no próximo domingo na final da Taça de Portugal”, escreve o canal TIC Sports.

“Vergonha” e “ataque nojento”

Na imprensa internacional, o Sporting CP foi destaque pelos piores motivos e não foram poupados os adjetivos.  “Vergonha”, de um “ataque nojento” por pessoas “furiosas” são algumas das expressões pelos usadas jornalistas lá fora para caracterizar o que aconteceu.  “Um grupo de adeptos furiosos entrou no centro de treinos do Sporting e atacou jogadores e funcionários”, escreveu a agência Associated Press, num artigo que foi reproduzido por publicações nos EUA, à Nova Zelândia, passando pelo Reino Unido. “Vergonha em Portugal”, acrescentou o AS.De acordo com imagens publicadas nas redes sociais e em algumas televisões, Bas Dost terá sido um dos jogadores agredidos, aparecendo com três golpes na cabeça, havendo também imagens com o balneário vandalizado, cheio de fumo e com alarmes a tocar. “Dost sofre ferida nojenta na cabeça quando os fãs atacam os jogadores do Sporting”, afirmou o belga Football Oranje. “Jogadores do Sporting procuram transferências após ataque repugnante”, adianta o britânico Sport Witness, referindo que os futebolistas afetados estarão a preparar-se para abandonar o clube.

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