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E-commerce representa 20% do volume de encomendas dos CTT

E-commerce ganha expressão no volume de entregas dos CTT, sobretudo no segmento B2C. Inovação é a chave neste modelo de negócio.
15 Junho 2019, 14h00

Os CTT – Correios de Portugal estão a conseguir navegar entre a profunda alteração que o comércio eletrónico está a causar no negócio de entregas de encomendas. Numa altura de queda do volume de correio e de crescimento na área de Expresso & Encomendas, “as encomendas e pacotes postais online do segmento B2C representam mais de 20% do volume total da unidade de negócio Expresso & Encomendas dos CTT”, disse Alberto Pimenta, diretor de e-commerce dos CTT.

Confrontado pelo Jornal Economico, a empresa refere que este nível de encomendas online “apresenta uma tendência de crescimento” e que o segmento B2C regista, em Portugal e Espanha, “crescimentos anuais acima dos dois dígitos, nos últimos anos”.

No ano passado, na atividade doméstica, o volume de encomendas e pacotes distribuídos com origem no e-commerce expandiu cerca de 18%, mas este número cresce para 25% se tomarmos em conta a atividade na Península Ibérica.

Os resultados parecem alinhavados com o eixo estratégico que o e-commerce representa para o Grupo CTT. Alberto Pimenta foi perentório ao referir “os CTT querem continuar a liderar o mercado em Portugal, mantendo a sua posição de principal operador de entregas, e reforçar a operação na Península Ibérica”. Para se manter na liderança do mercado, a inovação desempenha um papel crucial para o segmento do comércio eletrónico do Grupo CTT.

Com alteração “radical dos atuais modelos de entrega”, onde surgem os veículos autónomos e os drones, mas também o aparecimento dos novos modelos de negócio, como as plataformas Glovo ou Uber, mas também gigantes tecnológicos como a Amazon, os CTT têm vindo a inovar “através do lançamento de pilotos e de soluções de conveniência do last mile”, isto é, encontram soluções às necessidades de clientes no momento da entrega de encomendas, frisou o diretor de e-commerce.

Além do CTT Now, a plataforma digital de entregas em menos de duas horas na Grande Lisboa, Alberto Pimenta abordou a “conveniência” do CTT24H, um serviço através do qual o cliente escolhe um cacifo automático para receber a encomenda entre 12 localizações na área da Grande Lisboa.

Outro projeto que poderá permitir aos CTT manterem-se na liderança no domínio da logística e das entregas, consiste no lançamento do Dott, em parceria com a Sonae, que se assume como o primeiro marketplace nacional e que foi posto no ar em abril deste ano. Paralelamente, Alberto Pimenta destacou o desenvolvimento de “parcerias com startups ligadas ao comércio eletrónico”.

Desta forma, os CTT respondem ao principal desafio que o e-ecommerce tem causado aos operadores de logística, “inquestionavelmente ligado às entregas fixas das compras realizadas” na internet, explicou o diretor. “É neste contexto que a logística, em toda a sua cadeia de valor, incluindo as entregas no last mile, tende a constituir-se como uma das funções mais relevantes e diferenciadoras na relação entre retalhistas e consumidores”, frisou Alberto Pimenta.

No primeiro trimestre do ano, as receitas do segmento Expresso & Encomendas cresceram 2% em cadeia para 36,7 milhões de euros. Sem poder referir perspectivas de crescimento, Alberto Pimenta abordou a importância do Plano de Modernização e Investimento ao abrigo do qual os CTT vão investir 40 milhões de euros entre 2019 e 2020. “Este investimento visa reforçar a automatização da separação do correio, melhorar as condições de trabalho , reforçar a qualidade e modernizar a infraestrutura da rede de distribuição, adaptando-a à nova realidade do correio e ao crescimento do comércio eletrónico”, explicou o diretor de e-commerce.

Nos próximos dias 5 e 6 de junho terá lugar, no Centro de Congressos do Estoril, a conferência Deliver, considerada como a ‘Web Summit da Logística’. Os CTT, parceiros estratégicos da conferência, assim como algumas das maiores empresas mundiais, vão partilhar as suas visões sobre o futuro do retalho e da logística, em áreas como a Inteligência Artificial ou a Robótica. São esperadas empresas de mais de 30 países, e incluem o e-Bay, Asos, Inditex, Zalando, Farfetch, Sonae, Adidas, Carrefour, Nespresso, Lenovo, HP, L’Oreal, Fnac, entre outras.

Artigo originalmente publicado na edição do Jornal Económico nº 1991 de 31 de maio de 2019

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