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“É necessário desenvolver uma estratégia de dados nas cidades”, defende CEO da Fidelidade

Rogério Campos Henriques refere ao JE que é preciso desenvolver infraestruturas tecnológicas e adianta que as startups Nevaro está a colaborar com a Luz Saúde e a MyEyes encontra-se na fase de lançamento das parcerias e protocolos que permitirão a implementar a solução “que tanto apoio dará aos invisuais”.
30 Setembro 2020, 17h21

O CEO da Fidelidade foi um dos oradores da Portugal Smart Cities Summit, onde referiu que uma cidade inteligente deve ser capaz de analisar e interpretar dados e transformar, assim, a informação em conhecimento. À margem da conferência “Saúde e bem-estar nas smart cities”, Rogério Campos Henriques falou com o Jornal Económico sobre as sinergias que devem ser criadas com as autarquias e o acompanhamento que está a ser feito aos empreendedores que venceram o concurso de inovação da seguradora.

Qual a melhor estratégia para fazer essa transformação de dados em conhecimento?

Manter um espírito de permanente inovação, de colocação das necessidades dos munícipes em primeiro lugar, de construção de melhores condições de vida e trabalho em segurança, para todos, é a premissa de base. Mas depois em termos práticos é necessário desenvolver uma estratégia de ‘dados’ associada às iniciativas que se querem desenvolver, ter uma infraestrutura tecnológica mínima e criar uma capacidade organizacional com competências adequadas para trabalhar os dados e extrair deles os insights adequados. Em muitos casos, e face aos desafios, este caminho será muito facilitado com uma forte sinergia e colaboração entre as autarquias e outras entidades, como sejam as universidades e as empresas. Da partilha dos bons exemplos e desta cooperação mutuamente benéfica podem nascer as melhores práticas.

Considera que os municípios portugueses estão a fazer uma gestão adequada desta crise?

Num cenário de crise pandémica como o que vivemos não podemos generalizar análises, não tenho ferramentas, nem informação especifica para o fazer, de forma isenta e completa. O papel de uma seguradora, da maior seguradora portuguesa não é esse, o nosso papel é estar ao lado da sociedade nos bons e maus momentos criando condições para que a vida não pare. De uma forma genérica diria que as autarquias que antes da pandemia estavam já mais avançadas nas áreas da saúde pública e promoção do bem e o faziam de forma mais sistémica e informada, são também aquelas que têm melhores condições para gerir os efeitos da pandemia.

Que trabalho ou acompanhamento estão a fazer às startups de healthtech Nevaro e MyEyes, distinguidas no último programa de inovação da Fosun e da Fidelidade?

São duas startups que temos muito gosto e orgulho em acompanhar. A Nevaro está numa fase de colaboração estreita com a Luz Saúde, trabalhando arduamente para a implementação das soluções e a MyEyes está na fase de lançamento das parcerias e protocolos que depois permitirão a implementação desta solução que tanto apoio dará aos invisuais e às suas vidas.

Ainda no âmbito da telemedicina, a Multicare lançou este verão o serviço Médico Assistente Online. Qual a adesão? Que outras iniciativas preparam?

Globalmente, a adesão dos nossos clientes ao serviço de telemedicina tem sido muito interessante e naturalmente tem crescido de forma ainda mais sustentada no pós-pandemia, não só devido ao novo serviço, mas também à disponibilização de consultas de especialidade, de que destacaria a pediatria, a dermatologia, a psicologia ou a imunoalergologia. Este novo serviço é inovador em Portugal, para que cada cliente possa contar com o apoio e acompanhamento online do mesmo médico ao longo da vida e de acordo com as suas necessidades. O Médico Assistente Online é um especialista em Medicina Geral e Familiar que acompanha a história clínica de cada pessoa e das suas famílias, sendo possível agendar uma consulta com o Médico Assistente por videochamada ou telefone, sem qualquer custo adicional, sem esperas demoradas ou deslocações. Mas tem ainda poucos meses de funcionamento. Não gostaríamos de revelar qual o número exato, antes de termos alguma solidez temporal. O que podemos dizer já é que o nível de satisfação dos nossos clientes com o serviço é enorme, e que o mesmo tem evitado muitas deslocações dos nossos clientes a hospitais e centros de saúde, pelo que estamos a preparar um crescimento significativo da oferta disponível. No futuro, vamos continuar a apostar no desenvolvimento da plataforma de medicina online, com novas especialidades e serviços. Ainda há bem pouco tempo, lançámos também, o serviço de entrega de medicamentos em casa, sem quaisquer custos para os nossos clientes. Brevemente teremos grandes novidades em termos do reforço da nossa aposta na melhoria do bem-estar dos portugueses com o lançamento de iniciativas que porão o foco da nossa atenção não no tratamento da doença, mas sim na prevenção e aposta nos hábitos de vida saudável.

Aquando do surgimento do surto, a Fidelidade colocou em home office 98% dos seus colaboradores, em prol da proteção dos trabalhadores. Que percentagem de funcionários se encontra neste regime de trabalho atualmente?

Progressivamente e à medida que todos fomos desconfinando, na Fidelidade avançamos também para um regresso prudente, faseado e rotativo aos locais físicos. As decisões que tomámos para este período implicam que teremos nunca mais de 50% das nossas pessoas em trabalho presencial, e iremos revendo esse número regularmente e de acordo com o evoluir da situação pandémica. A proteção da saúde dos nossos colaboradores e das suas famílias estará sempre na base das nossas decisões nesta matéria e acataremos sempre as indicações das autoridades de saúde competentes. E os nossos clientes sabem que mesmo em teletrabalho a performance e dedicação dos nossos colaboradores tem sido inexcedível, pelo que os níveis de serviço e de apoio aos nossos clientes nunca foram afetados.

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