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E tudo Trump levou

Para fechar a semana em alta no interesse, hoje é dia de non-farm payrolls, com os analistas à espera de 165,000 postos de trabalho criados, um número muito diferente poderá exacerbar a volatilidade que amanhã ainda deverá existir à conta dos dois últimos dias.  
2 Agosto 2019, 07h59

Bom, que dizer dos últimos dois dias de negociação no meio de um período de férias, que no entanto não impediu volumes bastante inusitados, de 9 biliões na quarta-feira e de quase 10 biliões ontem. Isto para não falar nas variações, ganhos ligeiros no dia da reunião do FED que resultaram em perdas relevantes após a conferência de imprensa de Powell, seguido de uma recuperação na manhã de ontem, derivada de bons resultados empresariais, ao que se seguiu uma queda a pique após os tweet de Trump, em que o Presidente norte-americano revelou a intenção de impor tarifas alfandegárias de 10% nos restantes $300 biliões de produtos importados da China, que estavam ainda a salvo dos custos extra, anúncio que precipitou Wall Street para perdas entre os -0.79% no Nasdaq e os -1.05%, entre os índices principais.

De realçar no entanto o impacto mais acentuado da pressão vendedora no Russell 2000, que vergou o índice das small caps a uma perda de -1.51%, enquanto que no S&P500 foi muito claro a aversão pelos sectores mais afectados pelo tema da guerra comercial, como as industriais, mas principalmente fuga do sector financeiro e das energéticas, com ambos a registarem desvalorizações superiores a -2%, ao passo que do lado inverso a procura por activos refúgio possibilitou às utilities um ganho de 1.01%, quase cinco vezes mais que o alcançado pelo segundo grupo que melhor performance obteve, as imobiliárias, igualmente um sector refúgio.

Procura por segurança que atingiu o mercado cambial, com o Yen a disparar 1,28% para os 107.39, um movimento pouco habitual no Forex, mas que a incerteza sobre as consequências da escalada da guerra comercial forçou, pessimismo que levou também os investidores ao tradicional porto seguro do Ouro, que tem andado arredado dos activos refúgio há uns anos, mas ontem após um ganho de 1,2% indiciou que algo pode estar a mudar, até porque no prelúdio das últimas correcções de mercado foi notório uma apetência pelo metal precioso nos doze meses que antecederam ao início das quedas em Wall Street.

Para fechar a semana em alta no interesse, hoje é dia de non-farm payrolls, com os analistas à espera de 165,000 postos de trabalho criados, um número muito diferente poderá exacerbar a volatilidade que amanhã ainda deverá existir à conta dos dois últimos dias.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é semanal

O principal índice accionista mundial poderá estar prestes a efectuar uma divergência no stochastic, visto que um valor agora mais elevado no preço, depois do máximo de Abril, não está a gerar um valor superior neste indicador técnico.

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