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Ebury: Kwanza imune ao ‘Luanda Leaks’

A Ebury, ‘fintech’ especializada em câmbio, revela que “a reação do kwanza ao ‘Luanda Leaks’ tem sido muda por enquanto, ainda que a mulher em questão, Isabel dos Santos, seja a filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
  • Toby Melville/Reuters
23 Janeiro 2020, 08h15

A Ebury, fintech especializada em câmbio, considera que os “Luanda Leaks” não tiveram, por enquanto, impacto no kwanza, a moeda angolana.

O Banco Nacional de Angola (BNA) tem promovido a depreciação do Kwanza. Em 2016, um dólar equivalia a 165 kwanzas, mas sucessivas depreciações graduais levadas a cabo pelo BNA levaram o kwanza a depreciar cerca de um terço desde setembro de 2019, estando na marca dos 500 kwanza face ao dólar em dezembro passado e 480 face ao dólar em janeiro deste ano,

A Ebury, cuja maioria do capital foi comprado pelo Santander por 400 milhões de euros em novembro do ano passado, revela que “a reação do kwanza ao ‘Luanda Leaks’ tem sido muda por enquanto, ainda que a mulher em questão, Isabel dos Santos, seja a filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

Numa nota de research, a fintech diz que não prevê “que um prémio de risco significativo seja colocado no kwanza devido ao ‘Luanda Leaks'”.

“Em vez disso, os investidores podem ser acalmados pelo facto da liderança existente estar a tomar medidas para abolir quaisquer vestígios de irregularidades no estabelecimento angolano. Apesar das medidas positivas acima mencionadas, as perdas adicionais para o kwanza eram quase inevitáveis no ano passado, em grande parte devido à diferença entre a taxas de câmbio oficiais e as do mercado negro”, diz a Ebury.

“Pensamos que a taxa ainda elevada do mercado negro, a lenta recuperação económica, a enorme dívida pública e as taxas de juro reais negativas são, sem dúvida, uma preocupação para o kwanza e podem levar a perdas adicionais para a moeda em 2020. A implementação bem sucedida do programa do FMI e as reformas estruturais conduzidas por João Lourenço são, no entanto, encorajadoras e devem permitir que o Banco Central de Angola possa proceder a uma venda relativamente gradual do AOA. Pensamos que isso seria cerca de metade do fosso entre o mercado negro e as taxas de câmbio oficiais até o final do ano”, conclui a fintech.

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