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Economia da zona euro deverá ter desacelerado para 0,2% no segundo trimestre

Menor dinamismo do setor industrial e incerteza global penalizam a economia da zona euro, que deverá ter caído 0,2 pontos percentuais em cadeia. Analistas sinalizam que “preocupações com a economia da zona do euro persistem no terceiro trimestre”.
30 Julho 2019, 14h00

O crescimento da economia da zona euro deverá ter desacelerado para 0,2% em cadeia no segundo trimestre, depois de ter crescido 0,4% nos primeiros três meses do ano, estimam os analistas. A incerteza global e um menor dinamismo do setor industrial continuam a penalizar a economia da moeda única, cujo desempenho será conhecido esta quarta-feira.

“Os dados publicados até agora sobre o segundo trimestre foram algo decepcionantes, uma vez que as perspectivas sombrias de exportação continuam a pesar sobre o setor industrial, que contrasta com as sólidas vendas no retalho”, refere uma nota de research do BBVA. Os economistas da instituição antecipam que o Produto Interno Bruto da zona euro tenha caído 0,2 pontos percentuais (p.p.) em cadeia entre abril e junho.

Apesar de ainda não ser conhecida a evolução do PIB de todos os países da zona euro – a estimativa rápida de Portugal será conhecida dia 14 de agosto -, dados divulgados esta terça-feira sobre a economia francesa apontam para um desempenho aquém do esperado, com uma expansão de 0,2% em cadeia, menos 0,1 p.p. do que no último trimestre, penalizada por uma diminuição do consumo privado (0,2%).

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China continuou a pesar na economia global e a penalizar a a zona euro durante o segundo trimestre e ainda não se vislumbra uma melhoria.

“Neste momento, uma recuperação nas exportações e na atividade industrial ainda não é perceptível”, refere Ann-Katrin Petersen, vice-presidente de economia global e estratégia da Allianz Global Investors. “Com uma participação de 15,4% no comércio total (2018), a China é o segundo maior parceiro comercial da União Europeia, depois dos Estados Unidos (17,1%)”, acrescenta.

Perante a incerteza e depois do Banco Central Europeu ter mantido inalteradas as taxas de juro em mínimos históricos, mas sinalizado que podem vir a descer dos níveis atuais, os analistas estão já de olhos postos no desempenho no terceiro trimestre.

“Preocupações com a economia da zona do euro persistem no terceiro trimestre, com o sentimento económico a continuar a diminuir em julho. Enquanto a confiança do consumidor melhorou, as empresas partilham uma visão da deterioração do sentimento em todos os setores”, sublinha Bert Colijn, economista sénior do ING. O especialista destaca que existem algumas razões para um “otimismo cauteloso”, com uma melhoria ligeira da procura e do empregp.

O BBVA projecta que a economia da zona euro desacelere de 1,9% para 1,1% em 2019 e “permaneça relativamente estável” em 1,2% em 2020, impulsionada pela flexibilização da política monetária e estímulos orçamentais, que devem compensar os choques da guerra comercial e do setor industrial.

Os economistas da instituição estão, no entanto, mais pessimistas do que a Comissão Europeia que prevê um crescimento de 1,2% para a economia da zona euro este ano e de 1,4% em 2020.

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