“As recuperações não morrem de velhice” é um ditado de Ben Bernanke, antigo presidente da Reserva Federal, e parece aplicar-se à economia da zona euro, segundo os analistas do ING Group. Numa nota de análise intitulada “The Eurozone economy: between optimism and pessimism“, os economistas defendem que o desacelerar do crescimento económico da zona euro não deverá reflectir-se numa nova crise.
“Desenvolvimentos recentes provocaram incerteza sobre a duração da expansão da zona euro, já que a confiança de empresas e consumidores foi atingida por preocupações sobre uma guerra comercial, o Brexit, os preços do petróleo mais altos e turbulência nos mercados emergentes”, explicam.
O ambiente para investimento continua ainda assim favorável, consideram, com as baixas taxas de juro, padrões de crédito facilitado e aumento do consumo, devido à queda do desemprego e aumentos ligeiros nos salários, ainda que “com menor confiança, problemas de capacidade produtiva e desaceleração da procura externa reduzindo o crescimento económico, o ciclo económico parece ter atingindo o seu ponto alto em 2017”.
Ainda que estimem que o crescimento económico irá diminuir 0,4 pontos percentuais (p.p.) no próximo ano, passando de 2,4% para 2%, consideram que a economia da zona euro está numa fase de “perda de impulso” e não perto de uma próxima recessão.
Segundo os analistas, as recuperações da zona euro necessitam de um impulso, tais como a intervenção do Banco Central Europeu (BCE), uma crise petrolífera ou uma crise financeira e sublinham que “na atual conjuntura, parece altamente improvável que o Banco Central Europeu possa fazer alguma coisa que prejudique a expansão económica”.
No entanto, reconhecem a possibilidade do impacto dos riscos externos: “um abrandamento das economias dos EUA e da China, a fraqueza adicional dos mercados emergentes, as tensões comerciais ou uma nova crise existencial da zona euro pode obviamente desencadear uma nova recessão. Ou pelo menos, conduzir a um desacelerar profundo”.
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