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Economia do Mar: vantagem competitiva está por aproveitar, frisa Vicente Pedro Nunes da Riberalves

Para Vicente Pedro Nunes, aproveitar melhor esta vantagem competitiva traduz-se, por exemplo, no investimento em infraestruturas logísticas, capazes de alavancá-la.
  • grupo Ribeiralves
21 Agosto 2018, 07h18

Considerando que Portugal tem “uma vantagem competitiva ímpar e difícil de ultrapassar pelos nossos concorrentes, mas que poderia (e deveria) ser aproveitada de uma outra forma”, Vicente Pedro Nunes, diretor financeiro da Riberalves, um dos principais players da indústria e transformação de bacalhau em Portugal, defende que o potencial do nosso país para aproveitar a Economia do Mar assenta num conjunto de “condições geográficas invejáveis” que passam por ter uma zona marítima exclusiva de grande dimensão e pelo papel que assume “como entrada do continente europeu para os produtos vindos das Américas e como porta de saída dos produtores europeus”.

Contudo, o responsável não deixa de dar nota de que Portugal não tem, “por diversas razões e incentivos, e já há algum tempo, alguém que pense estrategicamente o país”. Em seu entender, urge aproveitar melhor esta vantagem competitiva, investindo em infraestruturas logísticas capazes de alavancá-la. E para tal, acrescenta, a primeira medida seria a alteração da bitola da rede ferroviária nacional, ou pelo menos dos trajetos mais estratégicos, para a bitola europeia. “Esta alteração iria permitir que conseguíssemos colocar os produtos recebidos, por exemplo, em Sines, em qualquer parte da Europa. Este é só um exemplo, as potencialidades a partir daqui seriam imensas”, realça.

Neste cenário de oportunidades, e atendendo a que as empresas portuguesas dedicam a maioria dos seus recursos a desenvolver o seu negócio, a resolver as suas próprias questões e a definir as suas prioridades, mesmo que alinhadas com contexto do país e as suas políticas, o responsável sublinha ainda que as ditas “questões políticas essenciais” deveriam ser defendidas pelas associações empresariais, às quais cabe “estar em contacto permanente e construtivo com o Governo, mas que em Portugal, na grande maioria dos casos, não têm o peso e a voz que deveriam ter”.

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