[weglot_switcher]

EDP apanha vaga de fusões e aquisições no setor energético

A energia é protagonista de algumas das maiores operações de M&A no mercado mundial. Há duelos, acordos e desacordos entre as maiores empresas do mundo na tentativa de controlarem o mercado,
15 Maio 2018, 07h25

Seja pelo compromisso no investimento em energias limpas, segundo o Acordo de Paris, ou pela competitividade nos negócios, a verdade é que o mercado de Fusões e Aquisições está ao rubro.  A OPA sobre a EDP correu mundo, os duelos entre empresas ganham força e as petrolíferas desejam juntar o gás natural à eletricidade.

Por exemplo, a italiana Enel e a espanhola Iberdrola entraram numa forte disputa pela aquisição da maior distribuidora de eletricidade do Brasil, a Eletropaulo. A Iberdrola, que já tem 13 milhões de clientes com sua unidade brasileira, a Neoenergia, ganharia mais sete milhões de clientes. Já a Enel quase dobraria sua base de clientes no Brasil com a transação, para 17 milhões.

As petrolíferas europeias passaram a estar também interessadas em juntar o gás natural à electricidade, “enviando importantes sinais da sua direção de longo prazo”, escreveu o Financial Times. A Shell comprou uma fornecedora de gás e electricidade no Reino Unido e a Repsol está interessada em investir em electricidade e gás natural em Espanha e no Peru.

Mas a China também entrou na luta do setor energético para vencer. Segundo estimativas do Instituto para a Economia da Energia e Análise Financeira, dos EUA, indicam que as fusões e aquisições feitas por entidades chinesas neste setor no ano passado totalizaram 44 mil milhões de dólares (37 mil milhões de euros).

A OPA lançada na sexta-feira pela China Three Gorges prova isso mesmo. A operação envolve a totalidade do capital social da EDP – Energias de Portugal. A compradora, a empresa estatal chinesa, detentora da maior fatia do capital da elétrica, oferece 3,26 euros por cada ação, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado.

Algumas das principais operações de M&A no mundo

1- Argos/Odinsa

A aquisição de uma parte importante do capital da Odinsa pelo Grupo Argos foi reconhecida por várias organizações internacionais como a principal do primeiro trimestre de 2018. Graças a esta operação, o Grupo Argos, conglomerado industrial colombiano que também se dedica à produção de energia, aumentou signifificativamente a sua posição na também colombiana e produtora de energia, Odinsa, passando de 54,75% para 98,55%.

2- Enbridge/ Spectra Energy
A empresa Canadense Enbridge adquiriu a Spectra Energy por 28 mil milhões de dólares. A Enbridge, maior empresa de oleodutos do Canadá, viu no negócio com a Spectra a possibilidade de criar a maior empresa de infraestrutura energética da América do Norte. A operação foi considerada uma das maiores do ano de 2016.

3-Sempra Energy/Oncor
Em agosto de 2017, a Sempra Energy, uma holding de gás natural, com sede em São Diego, EUA, fechou o acordo de compra da Oncor Electric Delivery Co. por 9,45 mil milhões de dólares (cerca de 8 mil milhões de euros), depois de a Energy Future Holdings Corp, que indiretamente possui a Onco, ter abandonado o acordo de venda com a Berkshire Hathaway Inc., de Warren Buffett.

4- Vistra Energy/Dynegy
Uma das grandes operações de M&A no mercado norte-americano. As duas produtoras de energia uniram-se para liderar o mercado competitivo de produção energética. A transação, de 1,7 mil milhões de dólares, deverá ficar completa no segundo trimestre de 2018.

5- Westar Energy/Great Plains Energy
No início de março, os reguladores aprovaram a operação entre as duas companhias, um negócio avaliado em 14 mil milhões de dólares. A operação deverá estar completa no segundo trimestre deste ano, e as duas empresas esperam alcançar um milhão de cliente no Kansas e perto de 600 mil em Missouri.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.