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EDP e EDP Renováveis entre empresas que urgem Joe Biden a assumir uma redução de emissões em 50% até 2030

A missiva surge numa altura em que a administração Biden se prepara para anunciar novas metas climáticas, algo que deverá acontecer durante a Cimeira de Líderes sobre o Clima.
  • Charlie Neibergall
22 Abril 2021, 08h15

A EDP e a EDP Renováveis estão entre mais de 400 empresas e investidores privados com atividade nos Estados Unidos que assinaram uma carta aberta onde expressam apoio e dedicação em honrar o compromisso proposto pelo presidente Joe Biden no combate às alterações climáticas e redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE).

A missiva, enviada ao abrigo da coligação We Mean Business, foi originalmente publicada a 13 de abril e na altura contava com 300 signatários. Hoje, o número situa-se nas 408 empresas que reconhecem que os Estados Unidos “devem adotar uma meta para a redução das emissões de carbono que colocará o país no rumo para a neutralidade carbónica em 2050”.

“Assim, pedimos que sejam adotadas metas tangíveis e ambiciosas para reduzir as emissões de GEE em 50% até 2030 para níveis registados em 2005”, informam os assinantes que incluem a Amazon, Apple, Facebook e Google.

A missiva surge numa altura em que o “The Washington Post” noticia que a administração de Joe Biden vai comprometer-se, esta semana, precisamente a isso mesmo, durante a Cimeira de Líderes sobre o Clima, uma conferência virtual organizada pela Casa Branca, na quinta e sexta-feira, que deve contar com cerca de 40 dirigentes de vários países.

Caso se confira a meta de redução de 50%, essa será uma muito mais ambiciosa do que a assumida em 2015 pelo então presidente Barack Obama, ao assinar o Acordo de Paris, que consistia em reduzir as emissões entre 26 e 28% até 2025, com referência a 2005.

Os signatários comerciais da carta representam coletivamente mais de 4 biliões de dólares (cerca de 3,33 biliões de euros) em receita anual e empregam mais de sete milhões de trabalhadores nos EUA, em todos os 50 estados.

Embora variem em tamanho (multinacionais, PME e grupos corporativos) e representem os variados sectores, a preocupação para a adoção de metas climáticas mais ambiciosas é transversal uma vez que, segundo a Organização Meteorológica Mundial, o planeta continua muito longe do objetivo definido em Paris, de manter a média de aquecimento a 1,5ºC, e dirige-se antes para uma subida média entre três a cinco graus até ao final do século.

A União Europeia já assumiu o compromisso de reduzir as suas emissões daqueles gases em 55% até 2030 e alcançar a neutralidade carbónica em 2050 e o Reino Unido anunciou um corte das suas emissões em 78% até 2035.

Ainda que assuma o compromisso de reduzir as emissões em 50%, um grupo de organizações de defesa do ambiente, incluindo o Sunrise Movement, estima que esse esforço poderá não ser suficiente, dado que os Estados Unidos são um dos maiores poluidores, a par com a China, de acordo com os registos oficiais.

Por isso, sugerem que a meta de redução de emissões de GEE seja na verdade de 70% e que alcance os outros 125% através do financiamento da redução de emissões em países em vias de desenvolvimento

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